Fiscalização pede demolição do Hotel Torre Palace; prédio está abandonado há mais de 20 anos em Brasília
Pedido de demolição já foi feito em 2019, quando prédio estava ocupado de forma ilegal. Laudo pericial indicou que não havia risco evidente de abalo estrutural.
DE pediu à Procuradoria Geral do Distrito Federal (PGDF), no início de setembro, a demolição do Hotel Torre Palace.
O prédio está abandonado há mais de 20 anos e ocupa uma posição privilegiada no centro de Brasília.
✅ Clique aqui para seguir o canal do DE DF no WhatsApp.
Em 2019, o governo do Distrito Federal já havia feito o mesmo pedido, pois o edifício estava abandonado e era ocupado de forma ilegal por pichadores, usuários de drogas e pessoas em situação de rua.
No entanto, a procuradoria pediu um laudo pericial do prédio, que indicou que, apesar das péssimas condições do local, não havia risco evidente de abalo estrutural.
Com base na conclusão dos peritos, o juiz da 8ª Vara da Fazenda Pública condenou os donos do hotel a “realizar as obras de manutenção e de reparos urgentes indicadas no laudo pericial, sob pena de multa diária no valor de R$ 5 mil, até o máximo de R$ 5 milhões”.
Neste ano, o DE disse que houve descumprimento dessa decisão judicial, tendo em vista o estado de abandono do prédio. Por isso, ele encaminhou um novo pedido pela demolição do Torre Palace. Segundo a procuradoria, recentemente, o imóvel foi transferido para novos proprietários. Mesmo com essa mudança, os novos donos devem cumprir a sentença de fazer a manutenção e os reparos nas estruturas.
O fim do funcionamento do Torre Palace começou com uma disputa de família, no início dos anos 2000. Após a morte do empresário libanês Jibran El-Hadi, a esposa e os seis filhos herdaram o patrimônio, avaliado à época em R$ 200 milhões. Eles entraram em desacordo e, sete anos depois, três filhos do empresário saíram da sociedade e pediram na Justiça parte da herança.
A ideia era vender o hotel para uma construtora. Mas o local foi penhorado por determinação da Justiça e, em seguida, abandonado.
Após a desativação, o prédio acabou se transformando em um ponto de uso de drogas. O local ficou completamente destruído (veja foto acima). Em 2016, foi desocupado.
Em 6 de junho de 2016, policiais militares, no uso de dois helicópteros, usaram bombas de efeito moral e disparos de balas de borracha para intimidar o grupo que ocupava o hotel. Ao todo, 12 adultos, entre eles quatro mulheres e quatro crianças, ainda estavam no local.
Invasores tentaram revidar com pedras, tijolos e telhas, além de usar um botijão de gás para incendiar o alto do prédio. A ação durou 35 minutos e uma pessoa ficou ferida.