Pedro Bial contou a repórter Maria Fortuna como lutou contra a depressão. Aos 67 anos, o jornalista, que está lançando o livro ‘Isabel do vôlei da vida: a onda mais alta de Ipanema’, participou do ‘Conversa vai, conversa vem’, videocast do GLOBO no ar no Youtube e no Spotify, num bate-papo em que falou também sobre etarismo. Isabel, sobre quem você está lançando um livro, tinha um projeto de podcast sobre etarismo, que é muito mais cruel com as mulheres. Mas queria saber se você já sentiu esse gostinho amargo… Sim. É uma certa ‘sem cerimônia’, principalmente nas redes sociais. As pessoas se permitem dizer coisas que jamais diriam pessoalmente. Ser chamado de velho para baixo. Não tenho nenhum problema com a palavra velho. Mas tem uma coisa de querer tratar como tio, velhusco. Mas não posso me queixar. Minha geração está vivendo essa nova velhice. Vamos continuar produtivos, criativos. Acho que o melhor que tenho para dar é agora. Passei uma vida inteira para poder contribuir de uma maneira mais importante, mais aberta, franca. Estou impressionado que, aos 67 anos, estou com um gás e uma vontade de fazer que nem menino tinha essa ambição toda. Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil estão aí, 80+, dando aula. Paulinho da Viola… Estou me tratando. Também tive o vício da Isabel em tabagismo. Tem 20 anos que não fumo, mas fumei muito, lascou bastante meu pulmão. Bebe? Hoje, bebo muito pouco, meu vinhozinho, uma taça. Eu bebia muito, a gente bebia muito. Essa geração pegou pesado. O que te salva da cabeça tão cheia de informação? Tem ansiedade? Toma remédio para dormir? Hoje não uso mais remédio nenhum. Já usei. Quer dizer… uso antidepressivo desde sempre. Parece que depois de uma certa idade tem que dar uma reequilibrada química, a gente perde, naturalmente, alguns elementos que precisa para funcionar. Estou convicto que o Tai Chi vai me salvar. Mas o que me salva é o amor da minha mulher, meus filhos. Eles são, realmente, o sentido da vida. Eduardo Moscovis. ‘Parece que damos pouco valor a cara legais, gentis, atentos’ Viviane Batidão. ‘O brega era considerado cafona’, diz rainha do technomelody Falou de antidepressivo… Enfrentou a depressão? Na virada do século, de 2000 para 20001, tive uma depressão. Foi o único evento na minha vida, mas tenho um pezinho ali. Quando percebo a melancolia… A melancolia é bem-vinda, às vezes. Permite que certos sentimentos aflorem, que visite partes de você que não visitaria se não estivesse triste. Mas, quando percebo, já me antecipo. Com terapia.




