Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão, é um criminoso violento que ficou famoso por comandar o Complexo de Israel, onde ele afirma tratar as cinco comunidades que domina como se fossem um país. Em uma conversa obtida pela Polícia Federal, Peixão fala sobre a necessidade de um “exército bem aparado” e de todo o aparato de inteligência possível para defender o território que considera debatido. Essa conversa faz parte da denúncia do Ministério Público Federal sobre o esquema utilizado pelo traficante para receber em casa equipamentos ilícitos, sendo que na semana passada foi preso o armeiro Everson Vieira Francesquet, acusado de fornecer armas para Peixão.
Durante uma das conversas entre Francesquet e Peixão, o traficante expressa o desejo de adquirir um drone, um localizador e um fuzil antidrone. Peixão demonstra entusiasmo ao receber um vídeo do drone em funcionamento, afirmando a importância de todo o aparato de inteligência possível e discutindo a aquisição de drones capazes de lançar bombas rapidamente.
Outro ponto enfatizado por Peixão em conversas interceptadas pela investigação é a ideia de tratar o Complexo de Israel como um país que necessita de um exército bem equipado. Ele se orgulha de adquirir equipamentos e armamento de guerra que são inovadores e afirma que cada comunidade sob seu comando deve ser protegida de forma eficaz.
A investigação revelou que a quadrilha liderada por Peixão utilizava grandes transportadoras para receber em casa o armamento e outros equipamentos ilícitos necessários para a guerra e a resistência às operações policiais. Dessa forma, evitavam o risco de serem presos ao atravessar fronteiras ou de esconder carga ilícita em veículos. Desde fuzis AK-47 do Paraguai a outras mercadorias, os traficantes importavam e recebiam os produtos em suas residências através de métodos camuflados.
Everson Francesquet foi o ponto central da investigação, sendo responsável por cuidar da compra e envio do material ilegal, incluindo o rastreio online dos pacotes. As mensagens interceptadas revelaram preocupações em driblar a fiscalização alfandegária, como restringir compras em sites internacionais e acompanhar a variação cambial. A polícia também encontrou recibos de liberação associados a transportes internacionais, como o da empresa DHL, que movimentavam os produtos de Hong Kong até a casa de Francesquet.
Diante desse contexto, é evidente a sofisticação do esquema montado por Peixão e sua quadrilha para manter o controle do Complexo de Israel e receber equipamentos ilegais de forma a contornar a fiscalização. As autoridades e empresas como os Correios, DHL e AliExpress estão colaborando com as investigações para combater o tráfico de armas e produtos ilícitos, garantindo a segurança e a ordem pública na região. A prisão de Everson Francesquet e as revelações da investigação reforçam a importância do combate ao crime organizado e da aplicação da lei para manter a paz nas comunidades dominadas por traficantes como Peixão.