Pelo quarto ano consecutivo, nenhuma vacina para crianças atinge meta de cobertura, em Goiás

Desde 2019, as vacinas básicas para as crianças goianas não alcançam a cobertura mínima prevista pelo Ministério da Saúde. A meta, dependendo do tipo de imunização, varia de 90% a 95%. O índice mais elevado nos últimos quatro anos não chegou a 89%. A preocupação com a saúde das crianças ocorre pela chegada de novos vírus, como o da varíola dos macacos, e pelo crescimento de fake news sobre imunizantes.

Os números divulgados pela Secretaria Estadual da Saúde de Goiás (SES-GO) apontam que os indicadores de coberturas vacinais no Brasil e no Estado demonstram redução importante desde o ano de 2012. A pasta atribui a queda a três motivos: percepção de segurança, devido ao desaparecimento de doenças imunopreveníveis, compartilhamento de notícias falsas referentes às vacinas e dificuldade de acesso da população às salas de vacina.

Na lista de doses necessárias oferecidas gratuitamente pelo Sistema único de Saúde (SUS) para o público infantil estão BCG, rotavírus humano, meningocócica C, pentavalente, pneumocócica 10 valente, poliomielite, febre amarela, hepatite A, tríplice viral e tetraviral. Para tentar alavancar a quantidade de crianças imunizadas, as prefeitura estão adotando estratégias de levarem as vacinas até as escolas, assim como ocorreu quando começou a ser oferecida a imunização contra covid.

Os alunos da educação infantil da rede pública de Aparecida de Goiânia que receberam autorização dos pais por escrito poderão ser vacinadas na presença deles nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI’S) e nas escolas da cidade. O público alvo são as crianças de 06 meses a menores de 5 anos de idade.

No mês passado, a SES-Goiás deu início à Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e de Multivacinação para Atualização da Caderneta de Crianças e Adolescentes. O objetivo é reduzir o risco de transmissão de doenças imunopreveníveis, como a paralisia infantil, sarampo, catapora e caxumba. 

Dois anos depois da concessão do Certificado de País Livre do Sarampo, com a circulação do vírus dessa doença e a transmissão por mais de 12 meses consecutivos, o país perdeu essa certificação. De 2019 a 2020, foram 20 casos notificados e no estado  e um caso da enfermidade, em Santa Helena de Goiás.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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