“Pensava que não sairia com vida”, diz vendedora que recebeu alta após ter corpo necrosado por cirurgia plástica

Depois de seis cirurgias e 45 dias internada, a vendedora Kelly Cristina Gomes da Costa, de 29 anos, recebeu alta do Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) neste domingo (20). A mulher precisou ser internada após as cicatrizes de um procedimento estético no abdômen e nos seios começarem a necrosar.

“Assim que eu vi a porta de saída, o pessoal me lavando no cadeira de rodas, comecei a agradecer a Deus. Não pensava que sairia daquele hospital com vida. A primeira coisa que fiz depois de sair do Hugol foi ver meus filhos. Estava morrendo de saudade deles”, disse Kelly emocionada.

Kelly diz que o tratamento foi difícil e que precisou ser submetida a enxertos e outros procedimentos para recuperar a pele dos locais que necrosaram e infeccionaram. A vendedora explica que ainda sente dores, mas nada como nos dias logo após a cirurgia plástica. Ela comenta que não se recuperou totalmente e que vai precisar fazer mais duas cirurgias.

“Passei muita dor, sofri muito. Neste período tive surtos e não conseguia dormir. Chorava bastante, o tratamento era muito doloroso. Foi muito angustiante, ainda lembro das dores que sofri no início e isso ainda faz com que eu tenha surtos e perca o sono. Porém, ainda vou precisar continuar com o tratamento, mas é uma vez por semana para trocar os curativos”.

Cirurgia

Kelly fez a plástica no último dia 19 de janeiro e precisou desembolsar R$ 20 mil para conseguir realizar o procedimento, que até então era um sonho da vendedora, mas que acabou virando um pesadelo. Ela conta que no último dia 5 de fevereiro, após sentir muita dor, precisou ir ao Hugol, onde já ficou internada e passou por uma cirurgia de urgência. Segundo ela, os médicos ficaram assustados com a gravidade dos ferimentos.

Já a médica que operou a vendedora, Lorena Duarte Rosique, foi proibida de atuar na área temporariamente pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego).

Vendedora passou R$ 20 mil por procedimento cirúrgico / Foto: Reprodução

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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