Última atualização 22/12/2023 | 09:37
Nesta quinta-feira, 21, Mariana Perdomo, proprietária da confeitaria que havia sido falsamente acusada pela morte de duas pessoas por envenenamento no último domingo, 18, informou que estuda a possibilidade de ingressar na Justiça contra os boatos e informações falsas acusando seu estabelecimento como responsável pelas mortes.
Ela deu entrevista coletiva à imprensa, ao lado de seu advogado, Otávio Forte. Ele falou que, agora que a Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO) isentou a confeitaria de envolvimento na morte das duas pessoas, eles vão analisar juridicamente se houve excesso.
“É injusto com qualquer pessoa, hoje foi com a Mariana, mas já tivemos vários casos no nosso País e até internacionalmente, de a pessoa ser condenada em segundos sem que ela tenha possibilidade de pelo menos se manifestar. É preciso cautela e que todo mundo se conscientize. Desde o começo, sabíamos que não era algo que saiu da empresa. A empresa cumpre regras sérias e controladas de produção”, afirmou.
A empresária Mariana informou que, quando soube da notícia, solicitou que as mercadorias do mesmo lote consumidas pelas vítimas fossem tiradas de circulação ainda na segunda-feira, 18, e que foi ela que solicitou à Vigilância Sanitária para inspecionar os locais de produção. “A gente ligou para todos os contatos que tínhamos pedindo a fiscalização”, informou.
Mesmo com todos os cuidados, a demanda na confeitaria foi mais baixa do que de costume no dia que a notícia circulou. “(As lojas) ficaram completamente vazias. Equipe completamente abalada, porque todo mundo sabe que precisa sustentar a família. São 200 colaboradores diretos, fora a quantidade de pessoas indiretas que dependem do nosso trabalho”, argumenta.
Entenda o caso
O caso veio à tona na segunda-feira, 18, quando Leonardo Pereira morreu e a confeitaria Perdomo Doces foi acusada como responsável pela intoxicação alimentar, visto que Amanda Partata comprou bolos no pote para um café da manhã na casa do ex-sogro.
Além dele, comeram os doces também a mãe de Leonardo, Luzia, e a esposa dele no domingo, 17. A família conta que três horas após a ingestão, Leonardo e Luzia começaram a sentir dores abdominais, vômitos e diarreia, sendo levados para o Hospital Santa Bárbara, onde foram internados. Entretanto, os dois não resistiram e morreram no mesmo dia.
A ex-nora também comeu doces, mas em menor quantidade e chegou a sentir os sintomas enquanto estava indo para Itumbiara, mas retornou para Goiânia devido ao incômodo. Em razão disso, a família desconfiou que o que teria causado as mortes fossem os doces.
Com a desconfiança, a Polícia Civil e o Procon fiscalizaram a confeitaria a fim de elucidar a suspeita que foi descartada pela própria polícia ainda na quarta-feira, 20, quando a advogada Amanda Partata foi presa por suspeita de envolvimento na morte por envenenamento de Leonardo Pereira, e Luzia Tereza, mãe e filho. Dessa forma, a Polícia descartou qualquer possibilidade do homicídio ter sido causado pelos doces da confeitaria acusada de intoxicação alimentar.
Amanda Partata é ex-nora de Leonardo Alves e, em seu perfil nas mídias sociais, ela se apresenta como advogada aposentada e psicóloga. Entretanto, o nome dela não é encontrado na lista de profissionais inscritos no Conselho Regional de Psicologia – Goiás. Por outro lado, seu cadastro está ativo na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).