A Polícia Civil está realizando uma perícia na casa de onde teria partido o tiro fatal que vitimou a médica da Marinha Gisele Mendes, no Hospital Marcílio Dias, na Zona Norte do Rio de Janeiro. A operação começou na sexta-feira (13) no Complexo do Lins e tem como objetivo complementar a análise feita anteriormente no auditório da Escola de Saúde da Marinha, onde a capitão de Mar e Guerra foi atingida na cabeça enquanto participava de uma cerimônia.
O imóvel onde o tiro teria sido disparado está localizado na comunidade do Gambá, próxima ao local do crime. Segundo relatos, a médica estava no segundo andar do prédio quando a bala perdida entrou pela janela e a atingiu na nuca. A perícia inicial apontou que pelo menos três disparos partiram de casas na região do Gambá, utilizadas como pontos de contenção pelo tráfico de drogas local. A vítima, de 55 anos, foi levada ao centro cirúrgico, mas não resistiu aos ferimentos.
Agentes da Delegacia de Homicídios da Capital, com apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais, estão participando da perícia complementar. A Polícia Militar informou que no dia do incidente, uma operação para deter criminosos envolvidos em roubos de veículos estava em andamento no Lins. Um blindado da corporação foi atacado nas proximidades do hospital.
A região do Complexo do Lins é conhecida por ser palco de constantes confrontos armados, devido à presença de 16 comunidades na área. A Marinha, em resposta ao ocorrido, realizou uma operação de ocupação com 8 blindados e 250 homens para patrulhar o local. A presença das forças armadas visa garantir a segurança do Hospital Naval Marcílio Dias e de seus usuários, com patrulhamentos nas ruas e entrada nas comunidades somente com autorização do Ministério da Defesa.
Os militares estacionaram os blindados em um pátio entre a ala de emergência e a Escola de Saúde da Marinha, pedindo a colaboração dos motoristas para liberar o espaço. A movimentação atípica tem gerado apreensão entre os pacientes, funcionários e moradores da região, que temem novos confrontos. A morte da capitão de Mar e Guerra Gisele Mendes por bala perdida trouxe à tona a necessidade de medidas de segurança mais eficazes para evitar incidentes similares no futuro.