Perigo iminente: o que esperar se um bolsonarista suceder a Lula

O que o futuro nos reserva se um bolsonarista suceder a Lula

O perigo bate à nossa porta

Dá-se de barato nas franjas do Poder que a Procuradoria-Geral da República, no mais tardar em março ou até o final de fevereiro, denunciará Bolsonaro pelo crime de atentado contra o Estado Democrático de Direito. É possível que também o denuncie pelo roubo de joias presenteadas ao Brasil por governos estrangeiros, e falsificação de atestado de vacinação contra a Covid-19.

É certo, ou assim se diz, que o Supremo Tribunal Federal acolherá a denúncia e que em seguida Bolsonaro condenado a uma pena severa pela esmagadora maioria ou a totalidade dos votos da Primeira Turma formada pelos ministros Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Cristiano Zanin, Carmen Lúcia e Flávio Dino. Há dúvidas quanto ao voto de Fux, considerado vacilante. Mas é só.

Há dúvidas sobre o destino de Bolsonaro. Será preso como Lula foi em 2018, trancafiado em uma cela da qual só saiu após 580 dias porque o Supremo decretou que seu julgamento fora irregular, e o ex-juiz Sérgio Moro parcial na maneira como o conduziu? Ou Bolsonaro ficará em prisão domiciliar, monitorado pelo uso de tornozeleiras eletrônicas e sujeito a outras restrições?

De todo modo, a Justiça terá feito sua parte. O que não significa que Bolsonaro cumprirá a pena até o fim. Daqui a pouco mais de um ano haverá eleições para presidente, governador de Estado, senador e deputado federal. A depender dos resultados, Bolsonaro poderá ser posto em liberdade. Para isso, basta que o país eleja um presidente apoiado por ele e comprometido em o indultar.

Bolsonaro está rouco de repetir que será outra vez candidato a presidente, e já em 2026. Mente para continuar na boca do palco e influir na escolha dos candidatos da direita à sucessão de Lula. Ele foi declarado inelegível até 2030 por determinação do Tribunal Superior Eleitoral depois de ser condenado por abuso de poder político ao atacar, sem provas, as urnas eletrônicas em 2022.

Quer vender caro seu apoio e condicioná-lo ao benefício futuro de um indulto presidencial ou de uma anistia aprovada pelo Congresso. É por isso que ameaça os demais pretendentes ao trono com o lançamento da candidatura a presidente da sua mulher Michelle ou de um dos seus filhos – certamente o mais ambicioso e direitista de todos, o deputado federal Eduardo (PL-SP).

Outro dia ele disse que Michelle presidente o promoveria a chefe da Casa Civil da presidência da República, a segunda posição mais importante do governo. Mas, por ora, não passa de um blefe. Ele apoiará qualquer candidato com chances reais de derrotar Lula ou outro nome da esquerda desde que possa voltar a mandar no governo e suspender sua inelegibilidade.

Ronaldo Caiado (União-Brasil), governador de Goiás e aspirante a candidato a presidente, aceitaria o apoio de Bolsonaro mediante tais condições? Sim. Caiado está no fim do seu mandato e sonha com a presidência que disputou e perdeu em 1989. Bolsonarista assumido, talvez Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, prefira se reeleger, uma opção muito mais segura.

Para candidatar-se a presidente, Tarcísio terá que deixar o governo em abril do próximo ano. Seu mais do que provável adversário, Lula, poderá concorrer ao quarto mandato sem se desincompatibilizar do cargo. Essa é sua maior vantagem. Desvantagens: idade, saúde, cansaço e a condição de incumbente que não conseguir entregar a maioria das coisas que prometeu.

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