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Período chuvoso deixa Goiás em alerta para possíveis desastres naturais

Última atualização 06/10/2022 | 18:21

Após quatro meses de intensa estiagem em Goiás, as chuvas chegaram e com elas os alertas de possíveis desastres naturais. Para os últimos meses do ano, a previsão é de tempestades e vendavais, que devem provocar alagamentos e deslizamentos, segundo o Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo).

De acordo com o gerente da Cimehgo, o estado pode vivenciar, novamente, cenários ocorridos entre dezembro de 2021 e janeiro deste ano. À época, ao menos 17 cidades goianas decretaram situação de emergência. Além disso, as chuvas na região da Chapada dos Veadeiros deixaram cerca de mil famílias isoladas ou desalojadas. Estradas e pontes tiveram que ser interditadas por causa da cheia dos rios. Os moradores da região precisaram ser abrigados em lares temporários.

“Para esse ano, os nossos prognósticos apontam novamente em dezembro, janeiro e fevereiro, chuvas intensas. Nós estamos aí preocupados. Nossa primícia é salvar vidas, o restante não tem como evitar. Uma estrada vai desmanchar, casas vão desmanchar, cidades vão alagar….”, lamentou André.

Apesar dos danos materiais, o estado não registrou óbitos durante os desastres naturais ocorridos no ano passado. Isso porque o Cimehgo, a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros agiram rapidamente para evitar salvar as vítimas.

Prevenção de desastres naturais

Para esse ano, as equipes reforçaram as estratégias visando garantir a segurança dos goianienses, principalmente daqueles que moram próximos a locais propícios a deslizamentos de terra e enchentes, como os municípios das regiões Nordeste e Norte de Goiás.

Além disso, os trechos da GO-118, entre Alto Paraíso e Teresina de Goiás, onde houve uma erosão no leito da pista, foram recuperados. Assim como GO-447, Divinópolis à GO-118 (Monte Alegre); GO-452, Campos Belos à divisa com Tocantins; GO-549, entroncamento com a GO-447 e GO-118; GO-498, entroncamento com a GO-110 e GO-452; GO-110, São Domingos à Divinópolis; GO-236, de Flores de Goiás a Alvorada do Norte; GO-114, de Flores de Goiás ao entroncamento com a GO-239; GO-108, de Posse a Guarani de Goiás; e GO-241, de Cavalcante a Minaçu. As obras foram executadas pela Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra).

Em Goiânia, a Defesa Civil já monitora 21 pontos de risco, no entanto, os números aumentam em função dos números de chuvas. Em outubro do ano passado foram mais de 99 locais críticos.

“Essa quantidade oscila bastante, para menos ou para mais. Depende da quantidade de precipitação daquela localidade que a vai atender e visualizou algum tipo de problema. Seja ele de alto risco ou de risco moderado”, explica o Coordenador Executivo da Defesa Civil de Goiânia, Anderson Marcos de Souza.

Além disso, a Defesa Civil monitora outros pontos que podem entrar na lista de locais de possíveis riscos, seja alagamentos ou deslizamentos. Durante todo o período de estiagem de 2022, equipes da prefeitura já realizaram ações de prevenção como a poda de árvores, limpeza dos bueiros e galerias pluviais. Mas diante das previsões de tempestade, para o município, a Defesa Civil está em alerta.

“Estamos, neste momento, reunindo equipamentos necessários para que a gente possa fazer os atendimentos em conjunto com o Corpo de Bombeiros, Defesa Civil Estadual e outros”, explicou Anderson Marcos de Souza.

Poluição

Apesar de todos os trabalhos feitos, a Defesa Civil e Cimehgo afirmam que falta comprometimento por parte da população. Isso porque o descarte irregular de lixo é o principal causador de alagamentos, que inclusive, podem causar desastres.

“Aquele material que é descartado ali provoca o entupimento das bocas de lobo, além do aumento do nível da margem. Exemplo: a margem do Rio Meia Ponte quando ele extrapola a caixa, aquela água que ficava armazenada ali numa bacia, na copia de inundação, ela retorna pra dentro das casas. Então se a gente for ilustrar com um desenho, é assustador”, explicou Anderson Marcos de Souza.

La Niña

O gestor da Cimehgo ressalta que Goiás ainda não entrou, de fato, no período chuvoso, e que os temporais já ocorridos e os previstos para os próximos 10 dias são resultado do fenômeno La Niña, que está ativo no país pelo terceiro ano consecutivo. Além disso, nesta sexta-feira, 7, uma frente fria chega ao estado, propiciando tempestades.

“Estamos atravessando o fenômeno La Niña, que tem um período de estiagem maior, mas quando vem o período de chuva, elas acontecem em formato de tempestade. Ou seja, um alto volume de água, em pouco tempo. Não é aquela chuva contínua, quando tem uma maior absorção do solo. É uma chuva que vem varrendo, bem mais forte, que pode ocasionar queda de árvores, inundações.