Período de reprodução e queimadas aumenta número de resgates de animais pela Mata Ciliar em Jundiaí
Número de animais acolhidos pela Associação Mata Ciliar, em Jundiaí (SP), aumentou 14% neste ano em relação ao mesmo período do ano passado.
Filhotes de gambá são uma das principais espécies resgatados pela Mata Ciliar durante o período de reprodução.
O número de animais acolhidos pela Associação Mata Ciliar, em Jundiaí (SP), aumentou 14% neste ano em relação ao mesmo período do ano passado. A instituição prevê um aumento ainda maior nos atendimentos nos próximos meses, em razão do período de queimadas e do nascimento de filhotes.
Na quinta-feira (23), um lobo-guará foi resgatado com sarna e bastante debilitado em Monte Alegre do Sul (SP). O animal foi encaminhado à Mata Ciliar, onde recebe tratamento especializado.
O número de animais resgatados pela Mata Ciliar, em Jundiaí, aumenta no 2º semestre do ano.
Por conta de choques em redes elétricas, atropelamentos, caça e tráfico, cada vez mais animais silvestres têm sido encontrados em zonas urbanas. Na maioria dos casos, estão feridos ou debilitados. De janeiro a outubro deste ano, a Associação Mata Ciliar resgatou 4.760 animais, um aumento em relação aos 4.143 atendimentos registrados no mesmo período do ano passado.
Conforme a associação, outubro é a época do ano em que muitas espécies têm seus filhotes e enfrentam grandes desafios para encontrar alimento e abrigo. Para acompanhar o crescimento da demanda, a instituição está reforçando a equipe que atua na maternidade e destinando mais recursos financeiros para esse setor.
“A nova maternidade foi inaugurada há alguns meses, justamente para dar conta da quantidade de filhotes que começam a chegar neste período de reprodução de gambás, ouriços e várias espécies de aves”, explica o coordenador de comunicação da Mata Ciliar, Samuel Nunes.
Segundo o coordenador, os filhotes geralmente são resgatados após a morte da mãe. No caso dos gambás, a maioria é encontrada ainda dentro da bolsa materna. Na maternidade da associação, os animais passam por um processo de nutrição para estabilizar a saúde e se recuperar.
“Também realizamos cuidados de aquecimento, que são fundamentais, especialmente nesta época em que há muita variação de temperatura. Mantemos os filhotes em caixinhas com feno e fazemos o estímulo fisiológico, necessário para que consigam urinar e defecar, garantindo o bom funcionamento do organismo”, explica.
O tempo de permanência na maternidade varia conforme a espécie e o estado do animal, podendo chegar a até três meses. De acordo com Samuel, a taxa de sobrevivência dos filhotes depende muito das condições em que são resgatados. Longe da mãe, muitos acabam não resistindo.
“Temos tido uma taxa de sobrevivência razoável, no caso dos gambás. E para as outras espécies, ela varia muito, depende de como o animal chega. Por exemplo, um filhote de veado que chega depois que a mãe morreu, ele se perdeu, aí a taxa de sobrevivência é um pouco mais difícil, porque o animal tem uma dependência muito grande também da mãe.”
Para contribuir com a Mata Ciliar de Jundiaí ou obter outras informações, acesse o site.
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