Perito aponta falha na propulsão como possível causa de queda de avião na Índia

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Uma falha no sistema de propulsão pode ter causado a queda do avião da Air India nesta quinta-feira, 12, segundo avaliação do perito e engenheiro aeronáutico Celso Faria de Sousa. Em entrevista ao UOL News, o especialista afirmou que o comportamento da aeronave após a decolagem aponta para problemas nos motores, e não no controle da aeronave.

O acidente envolveu um Boeing 787-8 que decolou do Aeroporto de Sardar Vallabhbhai Patel, em Ahmedabad, com destino a Londres. Poucos minutos após a decolagem, o avião caiu com 242 pessoas a bordo.

“Durante a decolagem, os motores são exigidos ao máximo para que a aeronave ganhe altitude. Se não há força motora suficiente, a queda se torna inevitável”, explicou Celso. Ele destacou que o avião não realizou movimentos bruscos ou perdeu direção antes do impacto, o que reforça a hipótese de falha de propulsão. “O piloto ainda tinha controle da aeronave, mas sem potência nos motores, tentou buscar o local menos perigoso para um pouso de emergência”, disse.

A aeronave acabou atingindo o refeitório de uma faculdade de medicina próxima ao aeroporto. Segundo a reitora da instituição, Minakshi Parikh, entre 60 e 80 estudantes estavam no local no momento do impacto. Dez deles ficaram presos sob os escombros e foram resgatados por equipes de emergência. Estudantes também foram retirados de dormitórios próximos.

Para o perito, a falha mais provável está diretamente nos motores, e não no sistema de alimentação de combustível. “É extremamente improvável que as quatro bombas de combustível parem ao mesmo tempo. Elas são independentes e funcionam de maneiras distintas — algumas são elétricas, outras são acionadas pelo próprio motor”, afirmou.

Celso ainda ressaltou que, por exigência de certificação, o Boeing 787-8 é capaz de decolar com apenas um motor em funcionamento. “Se os dois pararam simultaneamente, estamos diante de uma falha gravíssima e raríssima, que exigirá uma investigação técnica aprofundada”, concluiu.

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