Não se pode dizer que o julgamento que começa esta semana esteja sendo encarado com naturalidade pelas tropas e pelo oficialato, mas o cumprimento das etapas do devido processo legal deu o conforto de as Forças Armadas irem se acostumando com o que está acontecendo. “Estamos vivendo um momento de transformação e de aprendizado”, comentou um dos militares que preferiu não se identificar. A visão que prevalece entre muitos membros das Forças Armadas é a de que o julgamento de Bolsonaro e dos 20 militares é um sinal de amadurecimento e fortalecimento das instituições no país.
Embora haja certa apreensão em relação aos desdobramentos políticos e institucionais desse processo, existe também a percepção de que a transparência e a imparcialidade devem prevalecer. “É importante que todos os envolvidos sejam tratados com justiça e que se respeite o devido processo legal”, afirmou outro militar. A ideia de que é preciso passar por esse momento turbulento para fortalecer as estruturas democráticas e a credibilidade das instituições está presente nas discussões internas das Forças Armadas.
Alguns setores das Forças Armadas estão mais engajados em compreender a complexidade desse julgamento e o seu significado para o Brasil. “É um momento de reflexão e de avaliação crítica do papel das instituições, incluindo as Forças Armadas, na construção de uma sociedade mais justa e democrática”, destacou um oficial superior. Para muitos militares, esse é um marco importante na história recente do país, que pode contribuir para uma maior consciência institucional e cidadã entre os membros das Forças Armadas.
A expectativa é de que, independentemente do desfecho desse julgamento, as Forças Armadas possam sair mais fortalecidas e conscientes do seu papel na sociedade brasileira. “Estamos diante de um momento crucial que pode definir os rumos da nossa democracia e do nosso país como um todo”, ressaltou outro militar. O olhar dos quartéis no tempo presente revela não apenas a preocupação com as questões internas, mas também a percepção de que há uma responsabilidade coletiva em garantir a estabilidade e o respeito às instituições no Brasil.