Pescador devolve raia-manta de 80kg em Copacabana: Patrimônio Vivo dos Mares

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Vídeo mostra pescador devolvendo raia-manta de 80kg em Copacabana: ‘Patrimônio
vivo dos mares’, diz pesquisador

Um pescador devolveu ao mar uma raia-manta capturada na manhã desta terça-feira
(23), entre o Forte de Copacabana e as Ilhas Cagarras, na Zona Sul do Rio. O
animal, um macho adulto com cerca de 80 quilos, ficou preso em uma rede de pesca
e foi solto sem ferimentos. Segundo especialistas, o animal é da espécie Mobula thurstoni, que pode atingir
até 2 metros de largura e está classificada como vulnerável pelo Instituto Chico
Mendes (ICMBio) e criticamente em perigo pela União Internacional para
Conservação da Natureza (IUCN).

Essas raias têm hábitos costeiros e oceânicos e costumam aparecer no litoral
carioca entre o verão e o período próximo ao inverno, quando há maior abundância
de plâncton, seu principal alimento.

Para o presidente do Instituto Mar Urbano, Ricardo Gomes, a aparição da raia na
orla de Copacabana reforça a importância da conservação das espécies marinhas e
do manejo sustentável. “Ver uma raia-manta em frente a Copacabana não é apenas uma cena rara, é
motivo de grande celebração. Esses animais são verdadeiros patrimônios vivos
dos mares”.

O coordenador do Projeto Raias da Guanabara, do Instituto Mar Urbano, Nathan
Lagares, destacou a conduta do pescador e a relação entre a atividade artesanal
e a preservação ambiental. “Primeiramente, quero parabenizar e agradecer ao pescador Manasi Rebouças pela
atitude exemplar de devolver o animal ao mar imediatamente. Esse gesto mostra na
prática o que é a pesca responsável e como os pescadores artesanais são
fundamentais para a conservação marinha”.

Segundo Lagares, a Mobula thurstoni tem hábitos tanto costeiros quanto oceânicos
e costuma se aproximar da costa em períodos com maior concentração de alimento. “Essa espécie tem hábitos costeiros e oceânicos. A presença dessas raias no
litoral carioca nesta época do ano pode estar diretamente relacionada à
abundância de plâncton, que serve de alimento para a espécie. É comum
observarmos esses animais na região entre o verão e o período próximo ao
inverno, quando as condições são mais favoráveis”, explicou o pesquisador.

A partir de 2026, o Projeto Raias da Guanabara pretende ampliar o monitoramento
das espécies de raias no litoral fluminense. O trabalho prevê o uso de técnicas não letais e a colaboração de pescadores
artesanais e mergulhadores, com o objetivo de reunir dados sobre a distribuição,
os hábitos e o comportamento desses animais, contribuindo para ações de
conservação e para a preservação dos ecossistemas marinhos no Rio de Janeiro.

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