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Pesquisa associa autismo a alto consumo de lítio na água por grávidas

Última atualização 09/04/2023 | 12:59

Os estudos para tentar identificar as causas do autismo ainda não tiveram consenso, mas uma pesquisa recente indica a relação entre o alto consumo de lítio na água por gestantes e o nascimento de bebês com autismo. O trabalho dinamarquês publicado na revista científica JAMA Network, apontou quase o dobro de chances de ocorrência do transtorno entre as mulheres grávidas em alta exposição ao elemento químico comparado àquelas com menor contato.

 

Na pesquisa realizada entre 2000 e 2013, os cientistas acompanharam a concentração do lítio em 151 sistemas públicos de abastecimento de água e relacionam os dados ao índice de pessoas com transtornos psiquiátricos e à residência das gestantes. Eles perceberam que houve aumento de 24% dos casos de autismo nas mulheres com o terceiro maior índice de exposição ao elemento, de 26% entre as com o segundo maior contato e de 46% para as que mais ingeriram bebida nessa condição.

 

O impacto neurológico da presença do lítio na água já havia sido apontado em um outro estudo também da Dinamarca. Os pesquisadores identificaram queda nos riscos de demência e do mal de Alzheimer entre as pessoas com maior exposição a longo prazo na água potável. O elemento químico está naturalmente presente em todos os tipos de água corrente, mas em quantidade variada.

 

O  Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio caracterizado pela alteração das funções do neurodesenvolvimento do indivíduo, interferindo na capacidade de comunicação, linguagem, interação social e comportamento. Mesmo assim, o diagnóstico precoce permite o desenvolvimento de estímulos para independência e qualidade de vida das crianças. Para isso, o Sistema Único de Saúde (SUS) conta com uma rede de apoio e assistência a pacientes com essa condição.

 

Evidências científicas apontam que não há uma causa única para o autismo, mas sim a interação de fatores genéticos e ambientais, de acordo com o Ministério da Saúde. O TEA não tem cura, mas o diagnóstico precoce permite o desenvolvimento de práticas para estimular a independência e a promoção de qualidade de vida e acessibilidade para essas crianças.