A participação de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em simulações de segundo turno para a eleição presidencial de 2026 revela que o senador ainda não conseguiu absorver completamente o capital eleitoral de seu pai, Jair Bolsonaro. Segundo a pesquisa Pulse Brasil Latam, realizada pelo instituto AtlasIntel em colaboração com a Bloomberg, Flávio fica com 41% das intenções de voto em um confronto direto com o ex-presidente Lula, enquanto o petista alcança 53%. Essa diferença de 12 pontos percentuais é maior do que aquela observada quando Lula enfrenta Jair Bolsonaro, onde a vantagem do petista cai para quatro pontos. É evidente que parte do eleitorado bolsonarista ainda não migrou para o senador, mesmo após a indicação clara de Jair Bolsonaro de que não irá concorrer em 2026 e após sua prisão recente.
Na pesquisa anterior, Lula e Bolsonaro estavam tecnicamente empatados. A dificuldade de Flávio em herdar esses votos bolsonaristas é reforçada quando comparado a outros candidatos de direita. Contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Flávio fica com 45% contra 49% de Lula. Já diante de Michelle Bolsonaro, a liderança é de 50% para Lula e 45% para Michelle. Em ambos os cenários, o desempenho de Flávio fica abaixo do que foi registrado nos confrontos diretos. Apesar de competitivo nos cenários de primeiro turno, com percentuais entre 21% e 29%, a pesquisa indica que há obstáculos na transferência direta de votos do eleitorado de Jair Bolsonaro para Flávio em uma disputa polarizada. Os dados ressaltam que a força eleitoral de Jair Bolsonaro não é necessariamente transferida automaticamente para seu filho por herança política.
A pesquisa AtlasIntel ouviu 18.154 brasileiros adultos entre 10 e 14 de dezembro de 2025, através de um recrutamento digital aleatório. A margem de erro é de 1 ponto percentual, com nível de confiança de 95%.




