Pesquisa Datafolha: Ciro, Simone e o papel da terceira via nas eleições 2022

Simone Tebet Ciro Gomes

A pesquisa Datafolha para a presidência da República divulgada nesta quinta-feira, 1°, indica algumas [quase] certezas e lança dúvidas sobre a disputa. Com nova oscilação para baixo, desta feita de dois pontos percentuais, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), agora com 45% das intenções de votos, fica mais distante da vitória no 1° turno das eleições 2022, no dia 2 de outubro.

Da mesma forma, imaginar uma virada de Jair Bolsonaro (PL), que manteve os mesmos 32% do levantamento anterior das eleições 2022, beira um devaneio, faltando apenas 30 dias para o dia da votação. Com este cenário já praticamente consolidado, no que pese algumas eventuais novas mudanças, o fiel da balança deve ser a chamada terceira via, da qual fazem parte Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), ambos com tendência de crescimento.

Não que algum deles tenha musculatura para fazer frente aos dois candidatos que polarizam a corrida eleitoral para presidente desde o início das pesquisas. Mas, o que pode acontecer com os votos que eles devem receber. Ciro oscilou dois pontos percentuais para cima, saltando de 7% para 9%. Tebet foi além, passando de 2% para 5%, resultado, nos dois casos, de bons desempenhos no Jornal Nacional e no debate da Bandeirantes.

Juntos, Ciro Gomes teriam 14% das intenções de votos. Com aproximadamente metade do eleitorado deles ainda se dizendo disposto a mudar de candidato, Lula poderia, ainda, levar a disputa no 1° turno. No entanto, trata-se de uma decisão que é tomada, costumeiramente, nos últimos dias de campanha.

Até lá, a tarefa da terceira via é tentar um fôlego que parece não existir, para consolidar o crescimento ainda tímido e que os deixa longe de incomodar Lula e Bolsonaro, e sonhar com um eventual 2° turno.

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Restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos faz descoberta de cemitério de africanos escravizados

A restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Jaraguá, culminou em uma importante descoberta arqueológica: um cemitério com mais de 200 anos. Durante as escavações para a implantação de um sistema de drenagem, os arqueólogos encontraram ossadas que, segundo especialistas, são possivelmente de africanos escravizados e negros libertos.

A obra, iniciada em abril deste ano, é realizada pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), com um investimento de R$ 3,5 milhões. A conclusão está prevista para 2025. A descoberta das ossadas aconteceu em novembro, quando 35 ossadas foram exumadas sob o calçamento externo, e centenas de outros túmulos foram identificados.

Importância Histórica e Cultural

“É uma descoberta importantíssima para a história de Jaraguá e do estado de Goiás, pois nos permite resgatar a memória histórica de um período significativo para a formação cultural”, ressalta a secretária de Estado da Cultura, Yara Nunes. Este achado reforça a importância da preservação do patrimônio material e imaterial, conectando-nos com as raízes de nossa história.

Além das ossadas, os trabalhos também revelaram, com a remoção do piso de madeira, 56 campas funerárias numeradas dentro da igreja. Segundo os arqueólogos, há cerca de 150 sepultamentos nas laterais, no fundo e no pátio frontal da igreja. “Tem um sepultamento atravessado embaixo da escada da igreja, então quer dizer que aquela escada não é tão antiga, não é a original da construção. Em alguns locais a gente encontrou sobreposição de esqueleto, ou seja, existia o uso contínuo dessas covas”, conta o arqueólogo Wagner Magalhães.

A equipe agora enfrenta o desafio de extrair o máximo de informações possíveis sobre os esqueletos, que estão em péssimas condições de preservação devido ao solo úmido do local. As ossadas retiradas serão estudadas em laboratório para obter informações sobre sexo e faixa etária. Posteriormente, será feito um levantamento histórico com base nos registros de batismo e morte.

“Foi um trabalho surpreendente não só porque é inédito, mas é uma coisa que está mexendo com a memória. Quem eram essas pessoas? Apesar de não ter a história completa, a gente tem uma ideia do que aconteceu ali”, ressalta a arqueóloga Elaine Alencastro.

Educação patrimonial

Após o trabalho de curadoria da equipe arqueológica, a Secult, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) Goiás, vai oferecer uma ação de educação patrimonial na igreja. “Todas as nossas obras já possuem tapumes educativos que contam a história do edifício, mas, com essa descoberta, vamos montar uma estrutura na igreja para que todos possam conhecer mais sobre essa história que ficou escondida durante tantos anos”, adianta a superintendente de Patrimônio Histórico e Artístico da Secult, Bruna Arruda.

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos foi construída em 1776 pela irmandade de negros de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Nessa época, era comum a construção de igrejas específicas para a população negra. “Essa igreja foi dedicada aos pretos e foi construída por eles, e a população africana teve um papel importantíssimo até para a formação da cidade de Jaraguá. Então o que a gente tem aqui é um pouquinho da nossa história e traz também um pouco da história do início das minas de ouro, desses povos que trabalharam lá”, explica Wagner Magalhães.

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