Pesquisa indica que 22% acreditam que Bolsonaro ajudou em recuo das tropas russas

Um levantamento conduzido pela Quaest para a CNN Brasil revelou que 22% dos usuários das redes sociais que interagiram sobre a viagem de Jair Bolsonaro à Rússia, nesta semana, acreditaram ou escreveram que o presidente brasileiro foi responsável pelo recuo das tropas russas na fronteira com a Ucrânia.

A notícia falsa foi incentivada pelo próprio Bolsonaro nas redes sociais. O presidente declarou a jornalistas, na quarta-feira (16), em Moscou: “Mantivemos a nossa agenda e, coincidência ou não, parte das tropas deixou as fronteiras. Ao que tudo indica, a grande sinalização é que o caminho para a solução pacífica se apresenta no momento para Rússia e Ucrânia”.

O cientista político e diretor da Quaest, Felipe Nunes, analisou a disseminação da notícia falsa na bola bolsonarista à CNN Brasil.

“O percentual de pessoas comentando o assunto e que defendem essa ideia é similar ao percentual de avaliação positiva que o presidente tem hoje nas pesquisas de opinião publicadas atualmente. O que sugere que a mesma proporção de eleitores que gostam do governo é similar também à proporção de usuários que defendem o presidente na internet”, afirmou Nunes.

Viagem de Bolsonaro á Rússia

Jair Bolsonaro viajou à Rússia e rendeu ao Brasil um protocolo de emenda e três memorandos. Durante a tour pelo país europeu, o chefe do Executivo se encontrou com o presidente da Rússia, Vladimir Putin e com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán.

A viagem coincidiu com os eventos e tensões diplomáticas entre os russos e a Ucrânia. Parte das tropas que se exercitavam perto das fronteiras foram retiradas na última terça-feira (15). A informação foi revelada pelo Ministério russo da Defesa. Porém, não se sabe quantos soldados retornaram.

 

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp