Pesquisa inovadora propõe modelo para calcular risco de acidentes em rodovias serranas: conheça o índice de risco viário

Pesquisador brasileiro propõe modelo inédito para calcular risco de acidentes em rodovias serranas

Modelo proposto por professor universitário Creso de Franco Peixoto, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), calcula risco com base no desenho das pistas e em bancos de dados sobre ocorrências. Uma das rodovias analisadas para criação do modelo foi a Mogi-Bertioga.

Trecho da Rodovia Mogi-Bertioga, apontada pelo engenheiro e professor universitário como via de alto risco de acidentes no trecho de serra — Foto:
José Antônio de Assis/TV Diário

Como o traçado de uma rodovia pode influenciar em acidentes em regiões serranas? Essa foi a pergunta central que guiou a tese de doutorado desenvolvida pelo engenheiro universitário Creso de Franco Peixoto, professor da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (Fecfau) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Após analisar preliminarmente um grave acidente na Rodovia Mogi-Bertioga (SP-98), que liga os município de Mogi das Cruzes e Bertioga, em 2016, que provocou a morte de 18 pessoas, Peixoto, que é projetista de rodovias há mais de 40 anos, teve a ideia de aplicar um modelo matemático que verificasse a relação entre a geometria rodoviária e a ocorrência de acidentes, especificamente em trechos de serra.

“Ele [acidente na Mogi-Bertioga] serviu para que fosse, numa metáfora futebolística, o chute inicial do foco do teste do modelo que, na época, a gente chamava de cabo de guarda-chuva. Você ganhava velocidade numa descida, numa rampa, chegava na curva, tinha que meter o pé no freio. Reta e curva. Cabo de guarda-chuva. Esse modelo foi sendo avaliado, rediscutido, até chegar no modelo atual.”

O professor completa que o acidente de 2016, junto com outros acidentes que aconteceram no ano anterior, 2015, com alto impacto, com alto número de vítimas, foi o ponto de partida para o teste de modelos que associam a influência da geometria da rodovia comparando com o banco de dados e com características que são peculiares.

A pesquisa iniciada há cerca de oito anos teve como foco rodovias extensas, de longas descidas, localizadas em regiões serranas, como a própria Mogi-Bertioga (SP-98), a BR-116, entre Teresópolis e o Rio de Janeiro (RJ), a Rodovia Oswaldo Cruz (SP-125), no trecho entre Taubaté, São Luís do Paraitinga e Ubatuba (SP), e a do acesso ao distrito de Trindade, em Paraty (RJ).

Em 2016, 18 pessoas morreram em um acidente com ônibus na Mogi-Bertioga — Foto: Jamile Santana / DE

Com o avanço do estudo, Peixoto desenvolveu o modelo arco-íris, uma análise de trechos de rodovias serranas, de desenho sinuoso, com o objetivo de estabelecer critérios na hora de determinar o traçado da via e também de tomar medidas para aumentar a segurança nos percursos já existentes. Além disso, a proposta adota uma visão integrada das grandezas consideradas, a partir da associação do excesso de velocidade com elementos espaciais de trechos rodoviários, segundo um perfil de movimento rítmico. À esta abordagem, ele chama de visão orgânica.

“No projeto clássico, o projetista analisa raios de curvatura de forma isolada de declividades de rampas. Portanto, você pode ter uma rodovia que tenha vários raios horizontais iguais e, curiosamente, alguns deles apresentem maior concentração de acidentes. Por que, se foram todos analisados de forma equânime, foi tudo certinho? Porque não foram analisados de forma integrada. Essa é a novidade do nosso modelo. Essa análise integrada dessas grandezas a bancos de dados”, explica.

Pesquisador aponta que o traçado da Rodovia Oswaldo Cruz, que dá acesso ao Litoral Norte de SP, indica alto risco de acidentes — Foto: Reprodução/DER

A partir do arco-íris, o engenheiro criou o Índice de Risco Viário (IRV), que associa bancos de dados de acidentes, com ou sem vítimas, a elementos viários de trechos previamente selecionados. De acordo com Peixoto, o modelo por ele proposto permite ranquear alguns pontos de maior risco em estradas brasileiras.

“A declividade longitudinal máxima, por norma, para grande parte das rodovias brasileiras, é 6%. Mas há muita rodovia serrana brasileira, como a SP-98, como a SP-125, aquela que vai para Ubatuba, que têm declividades longitudinais maiores e bem maiores que esses 6%. Isso induz excesso de velocidade, o que obriga o DER a agir corretamente, tentando impor velocidades permitidas cada vez menores para diminuir acidentes”, analisa o pesquisador.

Tendo em vista a importância da discussão sobre segurança viária, Peixoto conta que disponibiliza os resultados da tese de doutorado para departamentos públicos e concessionárias privadas que administram rodovias pelo Brasil em busca da análise de trechos de risco viário. Para ele, é necessária uma mudança de modelo para garantir um sistema rodoviário mais seguro.

“E essa mudança virá. Não é só com a eletrificação, mas também com uma visão que consiga trazer um custo menor ao transporte público e uma viabilidade maior e um interesse maior para usar o ônibus, o retorno de sistema ferroviário, pensando não somente em cargas, como para passageiros, para gente ter, inclusive, uma redução do índice de mortalidade e de acidentes graves no Brasil nas viagens que são de caráter rural, aquelas que não são urbanas”, finaliza.

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Indivíduo é detido por agredir companheira grávida em Salto (SP): importância de denunciar e combater a violência doméstica

Um indivíduo foi detido suspeito de ter agredido a sua companheira, uma mulher de 36 anos grávida de oito meses, em Salto (SP), na manhã desta quarta-feira (25). Além disso, foram apreendidas porções de substâncias controladas que estavam em posse do suspeito. A violência doméstica ocorreu no bairro Parque Residencial Rondon e foi reportada à Guarda Civil Municipal (GCM) pela vítima.

De acordo com informações da Polícia Civil, ao chegarem ao local, os agentes encontraram o suspeito em um estado alterado, possivelmente sob a influência de entorpecentes. Surpreendentemente, a mulher que havia solicitado a suspensão da ordem de restrição que possuía contra o parceiro voltou a morar com ele há aproximadamente três meses. Esse comportamento tem sido observado em diversas situações de violência doméstica, onde vítimas acabam cedendo às pressões e voltando ao convívio com seus agressores.

O agressor foi preso em flagrante e as drogas apreendidas foram registradas na delegacia de Salto, sendo posteriormente encaminhadas para a base de Itu (SP). Agora, ele permanece sob custódia aguardando as próximas decisões judiciais a respeito do caso. Situações como essa servem de alerta para a importância de denunciar qualquer tipo de violência doméstica, bem como oferecer suporte e orientação adequada para as vítimas.

Essas informações foram divulgadas após a equipe de reportagem da TV TEM registrar o caso na Delegacia de Salto. A cobertura jornalística tem sido essencial para conscientizar a população sobre a gravidade da violência doméstica e os recursos disponíveis para combatê-la. O canal DE Sorocaba e Jundiaí tem desempenhado um papel fundamental na divulgação de notícias locais, contribuindo para a disseminação de informações relevantes para a comunidade.

Dessa forma, é fundamental que a sociedade se mantenha atenta e engajada na luta contra a violência doméstica, apoiando as vítimas e denunciando os agressores. A conscientização e a educação são ferramentas poderosas na prevenção desse tipo de crime, e a atuação conjunta de organizações governamentais e da sociedade civil é essencial para garantir a segurança e o bem-estar de todos. É preciso unir esforços para construir uma sociedade mais justa e igualitária, onde a violência não tenha lugar.

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