Pesquisa Ipec mostra que os brasileiros estão divididos quando o assunto é a implantação da pena de morte no Brasil.
O levantamento trouxe que 49% são contrários e 42% favoráveis a implementação da medida no País. Nem a favor ou contra são 6%. Não sabem ou não responderam 3%.
A pesquisa foi encomendada pela Globo e divulgada na última segunda-feira,12. Foram ouvidas 2.512 pessoas entre 9 e 11 de setembro em 158 municípios.
O nível de confiança do levantamento é de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o código BR-01390/2022.
Idade
A defesa da pena de morte cresce entre pessoas com 25 a 34 anos (50% são a favor), que consideram o governo de Jair Bolsonaro (PL) ótimo ou bom (50%) e com escolaridade até ensino médio (46%).
Já a rejeição à pena de morte cresce entre eleitores mais velhos, com mais de 60 anos (56% são contrários), pessoas que consideram o governo Bolsonaro ruim ou péssimo (55%) e evangélicos (53%).
Análise
O advogado Serleyser Araújo opinou sobre o assunto. Segundo o profissional, o Brasil ainda “não tem maturidade para implantar a medida. E me chamou atenção que os jovens fazem parte do percentual maior entre aqueles que concordam com a pena de morte”.
Para o advogado seria talvez considerável pensar em prisão perpétua para os crimes bárbaros com autoria devidamente comprovada.
“Considerando que por diversas vezes esbarramos com condenação de inocentes, que depois do correr do processo e da prisão, são liberados da cadeia. Imagina se houvesse uma condenação de morte. Não se pode voltar atrás”, pontuou.
Já o advogado Wandir Allan analisou o resultado da pesquisa com o atual cenário político brasileiro.
“A pesquisa traz o reflexo do modelo de liderança do nosso presidente, o combo, pátria, família e propriedade traz como efeito colateral a mitigação da vida como valor absoluto, a vida que vale a pena ser defendida é só a do “cidadão de bem”, seja lá o quê isso significa”, opinou.