Pesquisadores encontram dez crânios humanos milenares, em Serranópolis

Pesquisadores encontram dez crânios humanos milenares, em Serranópolis

Um grupo de pesquisadores realizou uma descoberta inusitada na cidade de Serranópolis, na região sudoeste de Goiás. Acontece que os estudiosos encontraram dez crânios humanos milenares em um sítio da cidade. Para eles, a descoberta irá ampliar os estudos sobre as civilizações passadas, além de contribuírem com discussões científicas sobre a ocupação humana.

O projeto nomeado de “Escavação do Sítio Arqueológico Serranópolis Goiás: Novas Perspectivas”, como a ser realizado na região em 2020. No entanto, a descoberta dos crânios aconteceu apenas em junho deste ano, mas só foi divulgada pelos pesquisadores no dia 26 de agosto. O motivo é que os pesquisadores queriam informar primeiro os moradores de Serranópolis sobre os trabalhos realizados no município.

A pesquisa é coordenada pelos professores Júlio Cesar Rubin, geoarqueólogo, e Rosiclér Theodoro da Silva, da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), e tem a aprovação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), por meio da Superintendência de Goiás e do Centro Nacional de Arqueologia (CNA). De acordo com o professor Júlio Cesar, os crânios são de pessoas que habitaram a região no período pré-colonial.

“Quando a gente estuda a formação do registro arqueológico, a gente vai entender como é que foi esse processo de formação dessas camadas arqueológicas que a gente está estudando. Depois, a gente pode identificar também várias outras informações”, disse Júlio ao G1.

Retomada

Os estudos no local fazem parte da retomada das pesquisas arqueológicas na região. Esta é a quarta etapa da pesquisa e busca uma correlação com os resultados das primeiras investigações desenvolvidas no local nas décadas de 1970 e 1980.

Júlio disse ainda que o trabalho de escavação continua, porque eles vão tentar encontrar vestígios que possam trazer mais informações sobre o estilo de vida desses antigos moradores da região.

“Tudo que nós temos agora são informações preliminares, a gente tem que escavar muito mais nesse sítio, investigar muito mais. A área do sítio deve ter mais ou menos 800 metros quadrados e a gente escavou até agora 17 metros quadrados. Então, é o início de uma retomada da pesquisa”, contou o professor.

Complexo de Serranópolis

O complexo arqueológico de Serranópolis é um dos mais importantes e completos dentre os conjuntos de sítios arqueológicos do Brasil, segundo o Iphan. O local possui mais de 30 sítios com ocupações que remontam uma cronologia antiga na região.

O Instituto informa ainda que o município é referência na história do povoamento do cerrado brasileiro por sua importância científica e que as pesquisas no local revelam que populações ocupavam a região há aproximadamente 11 mil anos.

Na mesma região do sítio arqueológico em Serranópolis, em 1996, foi encontrado o fóssil do homem da Serra do Cafezal, que é conhecido como Zé Gabiroba, um fóssil de mais de 11.500 anos.

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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