Pesquisas apontam que falar palavrões gera alívio a dor física e emocional

xingar-02-1024x682

Dizer palavrões pode desempenhar um papel no alívio tanto da dor física quanto da emocional do ser humano, afirma alguns psicólogos. Timothy Jay, renomado professor de psicologia do Massachusetts College of Liberal Arts, nos Estados Unidos, conduziu pesquisas nessa área por mais de quatro décadas e concluiu que o ato de xingar pode ser considerado como uma válvula de escape para a raiva, o sofrimento e a frustração.

Além dele, outro psicólogo e professor da Universidade Keele, na Inglaterra, Richard Stephens, realizou estudos que revelaram que o uso de palavrões auxilia os indivíduos a lidarem com a dor. Segundo ele, o ato de xingar desencadeia uma resposta ao estresse que ativa o reflexo defensivo do corpo, resultando em uma descarga de adrenalina que acelera o ritmo cardíaco e a respiração, preparando os músculos para a conhecida resposta de “lutar ou fugir”.

Ao mesmo tempo, o uso de palavrões promove uma resposta fisiológica conhecida como resposta analgésica, que fortalece a capacidade do corpo de lidar com a dor, tornando-o mais resistente a ela.

“É algo que faz sentido do ponto de vista evolucionário, porque você vai ser um lutador melhor e um corredor mais rápido se não estiver sendo atrasado por preocupações com a dor… Ao soltar palavrões, você desencadeia uma resposta emocional, o que produz uma redução da dor induzida pelo estresse”, completa Stephens. 

Uma pesquisa indicou que as pessoas que expressaram palavras de baixo calão ao mergulhar as mãos em água gelada relataram sentir menos dor e conseguiram manter as mãos submersas por períodos mais longos em comparação àquelas que utilizaram palavras neutras. 

Outro trabalho científico constatou que ciclistas que xingaram durante uma prova de resistência apresentaram maior potência e força do que aqueles que optaram por palavras neutras. Além disso, um terceiro estudo revelou que pessoas que praguejaram enquanto apertavam um torno foram capazes de utilizar mais força por um período prolongado.

Outros levantamentos também mostraram que, ao bater o dedo do pé em uma quina, expressar uma sequência de palavrões pode resultar em uma percepção reduzida da dor em comparação com o uso de palavras neutras. Da mesma forma, ao fechar a porta do carro no dedo, a sensação de dor pode ser amenizada ao expressar palavras consideradas ofensivas em vez de termos mais suaves.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp