Recentemente, o petróleo voltou a fechar em queda devido à confirmação de uma tarifa adicional imposta pelo governo norte-americano sobre a China, intensificando um clima de aversão ao risco em Wall Street. Os contratos futuros do petróleo mudaram de rumo no final da sessão e encerraram o dia em baixa nesta terça-feira (8), após a Casa Branca confirmar a aplicação de tarifas totais de 104% sobre os produtos chineses. Essa medida aumentou as preocupações dos investidores em relação à guerra comercial desencadeada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Existe o receio de que essa disputa resulte em uma recessão global e enfraqueça a demanda pela commodity.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato de petróleo WTI para maio registrou uma queda de 1,85% (US$ 1,12), encerrando o dia a US$ 59,58 por barril. Enquanto isso, o Brent para junho, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), cedeu 2,16% (US$ 1,39), atingindo US$ 62,82 por barril. A guerra comercial entre os EUA e a China teve novos desdobramentos nesse cenário, com o prazo estabelecido por Trump para que a China desistisse das tarifas retaliatórias de 34% chegando ao fim.
Em vez de recuar, Pequim iniciou uma disputa na Organização Mundial do Comércio (OMC) e afirmou que está preparada para lutar contra as sobretaxas impostas por Washington. A situação se tornou ainda mais tensa quando o governo norte-americano confirmou que aplicará uma tarifa adicional de 50% sobre a China a partir da quarta-feira (9), gerando um clima de aversão ao risco em Wall Street e afetando a recuperação cautelosa dos contratos futuros de petróleo.
Os analistas do ING destacaram que os riscos permanecem inclinados para o lado negativo, prevendo uma possível escalada das disputas comerciais que só aumentará as preocupações com o crescimento e a demanda por petróleo. Já o ANZ Research apontou a perspectiva de uma demanda mais fraca de petróleo devido a uma guerra comercial cara, o que tem assustado os investidores e levado o Brent a uma queda de quase 14% desde o anúncio das tarifas por Trump.
Com a China declarando que continuará lutando contra as tarifas, há o temor de que o país possa reduzir ou até mesmo interromper suas compras de petróleo dos EUA. Somado a isso, o aumento da produção pela Opep+ representa mais um desafio para o mercado de petróleo. Em meio a essas incertezas, o setor de petróleo enfrenta obstáculos significativos que impactam não apenas os preços, mas também a demanda global pela commodity.
