Petrolina lidera violência doméstica no Sertão de PE: mais de 2.500 casos. Como denunciar?

Petrolina é o município do Sertão de Pernambuco com maior índice de violência doméstica, apresentando um total de 2.532 casos. Os dados são da Secretaria de Defesa Social (SDS), que analisou o número de vítimas do sexo feminino no estado, de janeiro a novembro de 2024. O DE Petrolina também apurou os dados de mais 22 municípios da região. Em Salgueiro, o número de casos chegou a 660 nos últimos 11 meses, seguido por Araripina com 542, Cabrobó com 370 e Ouricuri com 245. Outros municípios também apresentaram altas taxas de violência doméstica este ano. Trindade teve 191 casos, Santa Maria da Boa Vista, 171, e Bodocó, 147.

Os altos índices de Petrolina não se destacam apenas na região. De acordo com os dados divulgados pela SDS, a cidade ocupa a 4º colocação no estado de Pernambuco como uma das mais violentas quando se trata de crimes no contexto doméstico, ficando atrás apenas de Recife, com 9.014 casos, Jaboatão dos Guararapes, com 4.056 casos, Paulista, com 3.156 e Olinda com 2.938. O DE conversou com o delegado da 3ª Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher em Petrolina (DEAM), Gregório Ribeiro, que relatou que os dados sobre violência doméstica poderiam ser ainda maiores na cidade, devido aos casos que não são denunciados.

Com o alto número de casos, Petrolina manteve uma média mensal de 200 registros relacionados à violência doméstica contra a mulher. Com exceção do mês de julho, que somou 181 denúncias. Já o mês de outubro foi o mais violento, com 273 casos registrados. A maioria das ocorrências relacionadas à violência doméstica são por ameaça e lesão corporal. O DE também teve acesso à informação de que Petrolina possui, somente nos 11 meses de 2024, um total de 1.460 medidas protetivas solicitadas através da Delegacia da Mulher. O DE destaca que é considerada violência doméstica quando o delito é cometido contra a mulher, causando morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico.

Muitos fatores podem influenciar os casos de denúncia de violência doméstica sofrida por mulheres e o retorno do convívio com os agressores dentro de casa. O DE Petrolina também destacou que o maior desafio enfrentado pelas mulheres hoje está relacionado à questão social e financeira. Apesar de Petrolina ter uma boa rede de proteção às mulheres, em muitos casos, as vítimas tendem a retornar para os agressores devido à dependência financeira. Isso acaba dificultando a saída dessas mulheres de situações de violência.

Para denunciar casos de violência doméstica em Petrolina, existem canais específicos, como a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) no telefone (87) 3866-6625, pessoalmente na Avenida das Nações, número 220, Centro. Além disso, é possível ligar para o número 180 da Central de Atendimento à Mulher, 190 para acionar a Polícia Militar ou 153 para acionar a Guarda Civil Municipal. É essencial que casos de violência sejam denunciados para que as vítimas recebam o apoio necessário e os agressores sejam responsabilizados.

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Ministério Público denuncia 19 pessoas em 6 estados por crimes violentos e lavagem de dinheiro: Operação Ladinos desarticulada.

O Ministério Público do Estado de São Paulo, por meio do Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), denunciou nesta quarta-feira (18) 19 pessoas em seis estados por envolvimento em crimes violentos, roubo de carga, tráfico e lavagem de dinheiro. A operação recebeu o nome de Ladinos e foi deflagrada em outubro deste ano, resultando no cumprimento de mandados em São Paulo, Minas Gerais, Sergipe, Bahia, Pernambuco e Alagoas. A quadrilha movimentou um montante expressivo de R$ 424 milhões entre os anos de 2018 e 2023.

De acordo com as autoridades, os acusados podem responder por diversos crimes, como organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsificação de documento público. A especialidade do grupo era o roubo de cargas de defensivos agrícolas, produtos essenciais no combate a elementos prejudiciais à agricultura. A investigação revelou que a organização atuava em diversas regiões do país, especialmente no eixo Sudeste-Nordeste.

Além dos mandados de prisão e busca e apreensão, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 380 milhões em bens e valores ligados aos investigados. Diversos itens foram apreendidos pela Polícia Federal, incluindo dinheiro em espécie, cartões bancários, veículos, armas, munições e até objetos de valor aparentando serem de ouro. A investigação revelou um complexo sistema utilizado pela quadrilha para ocultar os rendimentos provenientes das atividades criminosas.

A investigação teve início em 2022, após a descoberta da localização do líder da organização criminosa em um condomínio de luxo em Campinas. O suspeito era procurado por roubo de carga de defensivos agrícolas e também era investigado por homicídios em Sergipe e Ribeirão Preto. A Polícia Federal realizou diligências e identificou dois núcleos criminosos, um envolvido em crimes violentos e outro em tráfico de drogas, receptação e lavagem de capitais.

A operação Ladinos contou com a participação de agentes especializados em repressão a roubos de carga da PF de Campinas e do Gaeco, levando à prisão de diversos integrantes da quadrilha. Os mandados foram cumpridos em diversas cidades, como Campinas, Americana, Guarujá, São Paulo, Aracaju, Patos de Minas, São Lourenço da Mata e outras. A investigação apontou para uma atuação abrangente e sofisticada da organização criminosa.

Em suma, a denúncia realizada pelo Ministério Público contra os envolvidos na operação Ladinos evidencia a complexidade e a extensão das atividades criminosas realizadas pela quadrilha. A investigação apontou para um esquema elaborado de lavagem de dinheiro, roubo de cargas e envolvimento em crimes violentos, resultando em prisões e apreensões em diferentes estados do Brasil. O combate ao crime organizado é essencial para garantir a segurança e a ordem pública em todo o país.

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