PF afirma que Bolsonaro já planejava golpe e fuga desde março de 2021

Bolsonaro Planejou Golpe e Fuga desde 2021

A Polícia Federal (PF) concluiu que o ex-presidente Jair Bolsonaro deixou o Brasil no final de 2022 para evitar uma possível prisão e aguardar o desfecho dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Essa informação consta em um relatório no qual a PF indiciou Bolsonaro e mais 36 acusados por golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Em dezembro de 2022, nos últimos dias de seu mandato, Bolsonaro viajou para os Estados Unidos e retornou somente em março de 2023. A PF descobriu um plano de fuga elaborado em 2021, destinado a ser executado caso o ataque de Bolsonaro ao Poder Judiciário e ao regime democrático sofresse algum revés que colocasse sua liberdade em risco.

Durante as investigações, a PF encontrou no computador de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e um dos delatores, uma apresentação de PowerPoint com estratégias para a implantação de uma rede de auxílio à fuga e evasão. Este plano previa o uso de armamento para garantir a fuga. O relatório da PF aponta que o plano de fuga foi adaptado após o grupo não conseguir implementar um golpe de Estado em 2022.

“O plano de fuga foi adaptado e utilizado no final do ano de 2022, quando a organização criminosa não obteve êxito na consumação do golpe de Estado”, afirma o documento. A PF concluiu que “Jair Bolsonaro, após não conseguir o apoio das Forças Armadas para consumar a ruptura institucional, saiu do país para evitar uma possível prisão e aguardar o desfecho dos atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023”.

A defesa de Bolsonaro ainda não se manifestou sobre as acusações. No entanto, em uma coletiva de imprensa, Bolsonaro declarou que “nunca discutiu golpe com ninguém” e que todas as medidas tomadas durante seu governo foram feitas “dentro das quatro linhas da Constituição”.

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China restringe exportação de minerais essenciais para os EUA em nova escalada de tensões comerciais

A China anunciou nesta terça-feira a proibição da exportação de minerais estratégicos como gálio, germânio e antimônio para os Estados Unidos. Esses elementos são amplamente utilizados em aplicações militares e tecnológicas, incluindo semicondutores, armamentos e baterias de veículos elétricos. A medida intensifica as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo, ocorrendo um dia após os EUA imporem novas restrições ao setor de semicondutores chinês.

Segundo o Ministério do Comércio Chinês, a decisão foi motivada por preocupações de segurança nacional, citando que esses materiais têm uso duplo — civil e militar. A ordem inclui uma revisão rigorosa de exportações de grafite e entra em vigor imediatamente. “Em princípio, a exportação desses materiais para os Estados Unidos não será permitida”, informou o ministério.

Esses minerais são cruciais para indústrias estratégicas. O gálio e o germânio são usados em semicondutores, fibras ópticas e tecnologias infravermelhas, enquanto o antimônio é empregado na fabricação de munições e equipamentos militares. A China é o principal produtor global desses materiais, sendo responsável por 98,8% do gálio refinado e 59,2% do germânio refinado em 2023, de acordo com a consultoria Project Blue.

A decisão ocorre em um contexto de escalada na guerra comercial entre os dois países, reacendida com a posse iminente de Donald Trump, que prometeu reforçar tarifas contra produtos chineses. Representantes da Casa Branca afirmaram que os EUA avaliarão as novas restrições e tomarão “medidas necessárias” para diversificar suas cadeias de suprimentos e reduzir a dependência da China.

Enquanto isso, empresas norte-americanas e europeias já enfrentam impactos. O preço do antimônio aumentou significativamente, e mineradoras estão sendo incentivadas a acelerar a exploração de depósitos locais. A Perpetua Resources, que desenvolve uma mina de antimônio em Idaho, destacou a importância de fontes minerais domésticas para garantir a segurança econômica e militar dos EUA.

A medida chinesa também é vista como uma resposta direta às restrições impostas por Washington à indústria de semicondutores. Na segunda-feira, os EUA ampliaram sanções a 140 empresas chinesas, incluindo a fabricante de equipamentos Naura Technology Group.

Especialistas alertam que essa troca de sanções poderá ter efeitos prejudiciais para ambos os lados. “É uma guerra comercial sem vencedores”, afirmou Peter Arkell, presidente da Associação Global de Mineração da China. Observadores apontam que a decisão reforça a necessidade de estratégias mais colaborativas para evitar impactos severos nas cadeias globais de suprimentos.

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