PF cumpre mandados contra OS suspeita de desvios durante a pandemia

Uma Organização Social (OS) foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira, 2, suspeita de desviar recursos públicos da área da saúde durante a pandemia de Covid-19, em 2020. Ao todo, estão sendo cumpridos seis mandados judiciais de busca e apreensão, em Goiânia.

A investigação revelou que os sócios de empresas privadas contratadas para prestarem serviços para a organização social, que é gestora de hospitais públicos, repassavam parte dos valores recebidos de volta para outras empresas, de fachada, comandadas pelos gestores da OS.

Os investigados poderão responder pelos crimes de peculato, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa, com penas máximas que, somadas, podem atingir 37 anos de reclusão.

Operação Parasitas

A ação de hoje é a continuação da Operação Parasitas, deflagrada pela Polícia Civil (PC) em setembro de 2021. Na época, foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão, sendo 21 em Goiânia e dois no estado de São Paulo, em Buritizal e Ituverava. Além disso, foram sequestrados valores e apreendidos bens dos investigados no montante de R$ 6 milhões, que foram destinados à reparação dos danos causados ao erário.

As investigações revelaram indícios de esquema criminoso instalado na organização social, que teria resultado no desvio de cerca de R$ 6 milhões destinados à compra de materiais e insumos hospitalares adquiridos para o combate à pandemia. 

Os criminosos fraudavam contratos com empresas de fachada registradas em nomes de laranjas em regime de urgência. Todavia, após o pagamento das despesas, parte do dinheiro era retornado a pessoas intimamente ligadas aos gestores da OS, que administravam o esquema de lavagem de dinheiro.

As investigações ainda revelaram indícios de emissão de notas fiscais falsas pelas empresas de fachada para justificar o recebimento de recursos públicos, assim como que em alguns casos os materiais contratados não teriam sido entregues, ou foram entregues em menores quantidades ou com qualidade reduzida.

As supostas irregularidades ocorreram em contratos de gestão relacionados à administração do Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP) e dos hospitais estaduais de Pirenópolis, Jaraguá e de Urgências da Região Sudoeste, em Santa Helena de Goiás (Hurso).

STJ retira investigação do âmbito estadual 

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, em 2022, que não competia mais à Justiça do Estado de Goiás atuar no âmbito da Operação Parasitas. Com isso, a investigação foi encaminhada à Justiça Federal. 

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Jovem baleada por PRF na véspera de Natal tem estado de saúde atualizado

Jovem Baleada por PRF na Véspera de Natal: Estado de Saúde Atualizado

O Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes atualizou o estado de saúde de Juliana Leite Rangel, baleada por um PRF na véspera de natal. Em entrevista ao Globonews, o médico Maurício Mansur, responsável pelos cuidados com a vítima, informou que o caso é “extremamente grave” e que ela está “estável”.

“É importante lembrar que se trata de um caso grave e que, neste momento, não é possível falar sobre sequelas ou qualquer outra consequência. Estamos, na verdade, focados em um tratamento para salvar a vida dela.”, disse o médico.

A jovem está em coma induzido no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do hospital, no Rio de Janeiro. Segundo a equipe médica, o tiro pegou de raspão próximo à orelha esquerda, o que causou lesões no crânio da vítima e grande perda de sangue.

O médico também informou que a família de Juliana solicitou a transferência da paciente para um hospital particular, mas o pedido foi negado por ele devido a riscos à saúde dela.

Entenda o caso

De acordo com relatos, a jovem estava em um veículo quando os agentes da Polícia Rodoviária Federal realizaram a abordagem. A vítima estava indo passar a véspera de natal com a família em Niterói e estava acompanha da mãe, do pai e do irmão mais novo. Além dela, o pai também foi baleado de raspão no dedo.

“Olhei pelo retrovisor, vi o carro da polícia e até dei seta para eles passarem, mas eles não ultrapassaram. Aí começaram a atirar, e falei para os meus filhos deitarem no assoalho do carro. Eu também me abaixei, sem enxergar nada à frente, e fui tentando encostar. O primeiro tiro acertou nela. Quando paramos, pedi para o meu filho descer do carro, então olhei para Juliana: ela estava desacordada, toda ensanguentada, tinha perdido muito sangue. Eles chegaram atirando como se eu fosse um bandido. Foram mais de 30 tiros”, falou o pai da jovem.

Uma investigação foi aberta pelo Ministério Público Federal e o caso foi condenado pelo superintendente da PRF no Rio de Janeiro, Vitor Almada, que relatou que os agentes se aproximaram do veículo após ouvirem tiros e deduziram que vinha do veículo, descobrindo depois que havia cometido um grave erro.

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