PF cumpri mandados em Goiás contra tráfico internacional de munições

PF cumpri mandados em Goiás contra tráfico internacional de munições

A Polícia Rodoviária Federal (PF) cumpri sete mandados judiciais, em Goiânia e Trindade, contra CACs (Colecionadores, Atiradores e Caçadores) suspeitos de enviarem contêiners com munições ao EUA ilegalmente. Operação contra com auxílio de agências de segurança estadunidenses, que cumprem um mandado de prisão em São Francisco, no Estado da Califórnia.

As investigações tiveram início em setembro de 2021, durante uma fiscalização da Receita Federal em Porto de Santos, em São Paulo. O órgão encontrou, na época, mais de 12 mil munições de uso restrito dentro de um contêiner que vinha dos Estados Unidos e tinha como destino Goiânia.

Após a apreensão, a PF e agências de segurança dos EUA identificaram dezenas de contêineres, vindos dos EUA, destinados também a moradores de Goiás. Os envios adotaram o mesmo padrão durante diversos meses.

Mudança de pessoa física

As munições, apesar de serem adquiridas legalmente no exterior, foram enviadas ao Brasil de forma clandestina. Os equipamentos estavam em contêineres com conteúdos declarados como “mudança de pessoa física”. Os envios não contavam como autorização prévia dos Estados Unidos e não possuía comunicação com as autoridades norte-americanas e brasileiras.

A PF cumpri, no Brasil, os mandados contra investigados responsáveis pelos contêineres e por compras as munições dos Estados Unidos. Já nos EUA os mandados de busca e de prisão são contra um goiano, apontado como responsável pela compra e logística de envio dos conteúdos.

O Exército Brasil, responsável pelos CACs, suspendeu o registro dos investigados. A corporação também determinou a apreensão de armas de fogos e munições. Os investigados no caso responderão pelo crime de organização criminal e de tráfico internacional de munições.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp