PF devolve 131 mil m³ de madeira apreendidas, em Amazonas

A apreensão da maior carga de madeira já apreendida em solo brasileiro foi devolvida aos madeireiros após enorme esforço do então delegado da Polícia Federal, Alexandre Saraiva, para que foi apreendida. As 131 mil  m³  de madeira foram apreendidas no final do ano passado.

A opera ação teve intervenção do ministro Ricardo Salles, que foi até a região para ouvir os madeireiros e garantir que, se ele provassem por meio de documento, que a madeira havia sido extraída dentro da legalidade teriam o produto devolvido. A intervenção de Salles foi denunciada ao STF e ao TCU.

Nenhum ministro na história nunca se manifestou ao contrário sobre uma operação que pretendia proteger a floresta. De acordo com Alexandre Saraiva, o ministro atrapalhou a fiscalização ambiental e patrocino interesses privados. Logo após a denúncia, o delegado foi demitido. Durante a audiência virtual na Câmara dos Deputados, o delegado disse que a investigação apontou desmatamento ilegal, grilagem de terra, fraude em escrituras e exploração madeireira em áreas de preservação permanente.

Na mesma semana, o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, teria transferido o gabinete até Ministério do Meio Ambiente, do Ibama e da ICMBio, de Brasília para o oeste do Pará, onde Salles alegou que acompanharia operações de fiscalização da região em conjunto a Força Nacional.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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