A Polícia Federal descobriu que Mariângela Fialek, também conhecida como Tuca, poderia estar mantendo o esquema do orçamento secreto ativo mesmo após Arthur Lira deixar a presidência da Câmara no ano passado. Pela primeira vez, a PF levanta suspeitas de que práticas do orçamento secreto podem estar presentes na gestão de Hugo Motta. O ministro Flávio Dino autorizou a operação de hoje, baseada em depoimentos que apontam a existência de um esquema direcionado por Lira. A PF encontrou indícios de perpetuação do esquema ao analisar o sigilo telemático de Tuca.
Em nenhum momento a análise da PF menciona Hugo Motta, que sucedeu Lira na presidência da Câmara. Mesmo assim, a PF afirma que Tuca estaria controlando os pagamentos das emendas parlamentares de forma pouco transparente. Elementos indicam que, apesar da troca de comando, Tuca continuava desempenhando um papel importante na manutenção do orçamento secreto. A decisão de Flávio Dino não entra em detalhes, mas cita trechos do relatório que destacam o protagonismo de Tuca na gestão de Lira.
Os elementos identificados nas mensagens telemáticas sugerem que Tuca exercia controle rígido sobre a distribuição de emendas, reportando internamente na Câmara. As informações obtidas deixam claro que o controle dos recursos destinados a parlamentares e partidos era centralizado em Tuca, segundo a PF. A investigação revela que o processo de distribuição de verbas era cuidadosamente organizado e reportado por Tuca dentro da Câmara.
Trecho da representação da PF sugere que os esforços para manter as ações do orçamento secreto não eram resultado de desorganização interna, mas sim de um controle austero. A documentação aponta que a gestão exercida por Tuca não se limitava apenas ao controle dos recursos, mas também na organização e distribuição interna dos mesmos. A PF destaca a importância de Tuca na manutenção das práticas do orçamento secreto mesmo com a mudança de liderança na Câmara dos Deputados.




