PF faz operação contra ex-governador espanhol por desvio de dinheiro
Policiais federais fazem hoje (13) uma ação para recolher provas em uma investigação contra o ex-governador da Comunidade Autônoma de Madri, na Espanha. Os nove mandados de busca e apreensão e dois de condução coercitiva à delegacia estão sendo cumpridos no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Os mandados foram expedidos pela 9ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro a pedido do Juízo de Instrução de Madri.
O ex-governador Ignacio González, que comandou a província de 2012 a 2015, é acusado de desviar 21 milhões de euros, dinheiro público da Comunidade de Madri. Segundo a Polícia Federal, González teria garantido concessões públicas a determinadas empresas que participavam do esquema.
Ainda de acordo com a Polícia Federal, está sendo investigada a compra de uma empresa brasileira de exploração de água com um preço superfaturado, como parte do esquema. Os dois mandados de condução coercitiva são contra os ex-controladores da empresa brasileira adquirida, que serão ouvidos pelo Juízo da 9ª Vara Federal Criminal.
Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”
Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento.
“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.
Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.
Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.
O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.
Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.