O líder do movimento Trabalhadores sem Teto e ex-candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, foi intimidado na última quarta-feira (21) pela Polícia Federal a prestar depoimento em um inquérito aberto com base na Lei de Segurança Nacional. Boulos é acusado de ameaçar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) após comentário publicado em sua perfil oficial no Twitter em 20 de abril do ano passado onde o ex-candidato diz ”Um lembrete para Bolsonaro: a dinastia de Luís XIV terminou na guilhotina…”.
O tuite aconteceu após Bolsonaro, ao defender a democracia, declarar: ”O pessoal geralmente conspira pra chegar no poder. Eu já estou no poder. Eu já sou o presidente da República”. No dia anterior, o presidente havia participado de um ato antidemocrático, em frente ao Quartel General do Exército, com faixas contra o Congresso e Supremo Tribunal Federal.
Em nota, Boulos disse que a Lei de Segurança Pública Nacional é resquício da ditadura e tem sido usado para calar opositores e aqueles que denunciam ”ações imorais e ilegais”. Em tuite postando em sua página do Twitter, Boulos comentou ”Fui intimado pela PF na Lei de Segurança Nacional por um tuíte sobre Bolsonaro. A perseguição deste governo não tem limites. Não vão nos intimidar”.
O depoimento foi marcado para o dia 29 de abril na sede da Polícia Federal, em São Paulo.