Uma operação da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) está combatendo um esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que pode ter desviado até R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. A investigação aponta que 11 entidades associativas foram alvo de medidas judiciais por realizar descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas.
Descontos indevidos
As entidades suspeitas são associações e sindicatos que formalizaram Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com o INSS, permitindo descontos na folha de pagamento dos beneficiários. Segundo a CGU, 97% dos beneficiários entrevistados não autorizaram esses descontos, e 70% das 29 entidades analisadas não entregaram documentação completa ao INSS.
A operação Sem Desconto, iniciada em abril de 2025, resultou em mandados de busca e apreensão, além de prisões preventivas. O ministro da CGU, Vinícius de Carvalho, destacou que a falta de fiscalização rigorosa permitiu essas fraudes. Ele defendeu a implementação da biometria e assinatura eletrônica para garantir a autorização dos descontos.
Seis milhões de aposentados e pensionistas foram lesados, recebendo descontos que chegaram a R$ 81,57. A CGU recomendou ao INSS o bloqueio imediato de novos descontos e a melhoria dos procedimentos para os ACTs. Os beneficiários devem verificar seus extratos no portal ou aplicativo Meu INSS para solicitar a exclusão dos descontos.