PF investiga quadrilha que trocou malas de goianas presas na Alemanha por tráfico

PF dá início à operação que investiga quadrilha que trocou malas de goianas presas na Alemanha por tráfico de drogas

Nesta terça-feira, 18, a Polícia Federal (PF) deu início aos trabalhos da Operação Colateral com o intuito de desarticular a organização criminosa que enviava cocaína à Europa, trocando as etiquetas das malas de passageiros que partiam do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.

A Operação Colateral foi iniciada com o cumprimento de 45 mandados judiciais, dos quais 27 são de busca e apreensão, 16 de prisão preventiva e dois de prisão temporária, nas cidades de Guarulhos e São Paulo.

Os mandados de prisão têm como alvo os executores de três eventos de tráfico internacional de drogas e os mandantes do crime, acusados de enviar mais de 120 kg de cocaína para a Europa e outros eventos de tráfico internacional pelo Aeroporto Internacional de Guarulhos.

Entenda o casa das goianas presas na Alemanha

A Operação foi motivada em razão do caso que se tornou conhecido após duas goianas ficarem presas por quase 40 dias, injustamente, na cidade de Frankfurt, na Alemanha, depois da polícia alemã encontrar cocaína em malas identificadas com os nomes das passageiras, em março deste ano. As etiquetas das malas das goianas e das malas com cocaína foram trocadas ainda no Brasil, no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

Coube à Polícia Federal comprovar a troca das etiquetas e demonstrar a inocência das goianas. Com o envio das provas para as autoridades alemãs, as passageiras foram soltas e retornaram ao Brasil. Ainda na época, a Polícia Federal do Aeroporto Internacional de Guarulhos identificou e prendeu os responsáveis diretos pela troca de etiquetas das malas.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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