PF prende jovem brasileiro que pretendia se juntar ao Estado Islâmico

A Polícia Federal (PF) prendeu um brasileiro que pretendia deixar o Brasil para se juntar ao Estado Islâmico. A suspeita é que o jovem de 19 anos, natural de Barbacena (MG) fosse se envolver com a organização jihadista Estado Islâmico (ISIS). Ele estava prestes a embarcar para Istambul, na Turquia, quando foi preso no Aeroporto Internacional de Guarulhos na madrugada do último domingo, 11.

Os mandados de prisão e de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara Federal de Belo Horizonte foram cumpridas pela PF. Além da prisão no aeroporto, na última segunda-feira, 12, mandados de busca e apreensão foram realizados nas cidades de São José dos Campos (SP) e Barbacena, cidade natal do brasileiro.

Segundo a PF, “a investigação apura a conduta criminosa de integrar e promover organização terrorista prevista na Lei nº 13.260/2016, com pena de reclusão de cinco a oito anos e multa, ressaltando que o crime de terrorismo é considerado hediondo pela legislação nacional”. Além disso, acredita-se que a doutrinação islâmica radical do jovem aconteceu a distância, mas a investigação segue em andamento.

Conforme informações preliminares da PF, ele seguiria de Istambul por via terrestre até as áreas ainda dominadas pelo grupo terrorista, no Iraque, Síria e África Subsariana. Os combates armados nessas áreas ainda são intensos entre o ISIS e as forças locais.

Grupo radical

O ISIS é um grupo radical sunita, que consiste em uma das vertentes do Islamismo chefiado por Abu Bakr al-Bagdadi, considerado sucessor de Maomé. Uma visão radical do islamismo é imposta nas regiões da Síria e Iraque.

O grupo foi consolidado partindo da vertente iraquiana na Al-Qaeda, grupo responsável por planejar e executar os ataques de 11 de setembro, nos Estados Unidos. A fundação se iniciou com a queda de Saddam Hussein no Iraque, crescendo cada vez mais após a guerra civil na Síria, quando os membros se uniram com os rebeldes contra o governo.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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