PF propõe que Bolsonaro seja investigado por “promover desinformação” sobre urnas

PF propõe que Bolsonaro seja investigado por “promover desinformação” sobre urnas

Em relatório de inquérito que investigou a live feita pelo presidente em 29 de julho, a Polícia Federal sugere a inclusão de Jair Bolsonaro (PL) no inquérito das milícias digitais. Ele teria tido atuação “direta e relevante” em produzir desinformação sobre as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral brasileiro, dos quais contestou a veracidade sem provas.

De acordo com a delegada Denise Ribeiro, o presidente segue “um padrão de atuação já empregado por integrantes de governos de outros países”. A PF sugere o envio da investigação para o Ministério Público Federal e à Controladoria-Geral da União.

Um trecho do relatório assinado pela delegada diz:

“Em resumo, a live presidencial foi realizada com o nítido propósito de desinformar e de levar parcelas da população a erro quanto à lisura do sistema de votação, questionando a correção dos atos dos agentes públicos envolvidos no processo eleitoral (preparação, organização, eleição, apuração e divulgação do resultado), ao mesmo tempo em que, ao promover a desinformação, alimenta teorias que promovem fortalecimento dos laços que unem seguidores de determinada ideologia dita conservado”.

No dia 13 de setembro, o relatório foi enviado para o Supremo Tribunal Federal (STF). A apuração mostra a existência de uma reunião antes da live, feita no Planalto, para discutir o conteúdo apresentado.

Estavam presentes Alexandre Ramagem, diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); Anderson Torres, ministro da Justiça e Segurança Pública; Luiz Eduardo Ramos, à época ministro da Casa Civil e os peritos federais Mateus de Castro Polastro e Ivo de Carvalho Peixinho.

Segundo o relatório da PF, as pessoas envolvidas na live atuam, “com dolo, consciência e livre vontade, na produção e divulgação, por diversos meios, de narrativas sabidamente não verídicas ou sem qualquer lastro concreto, com o propósito de promover mais adesão de apoiadores e outros difusores aos interesses dessa organização”.

A PF ouviu envolvidos na elaboração da live e das supostas evidências apresentadas. Os depoimentos apontam para um processo feito de forma enviesada, de acordo com a instituição.

“Procedeu-se a uma busca consciente por dados que reforçassem um discurso previamente tendente a apontar vulnerabilidades e/ou possíveis fraudes no sistema eleitoral, ignorando deliberadamente a existência de dados que se contrapunham a narrativa desejada, quase todos disponíveis em fontes abertas ou de domínio de órgãos públicos”

Por fim, o relatório aponta que a live feita em 29 de julho pelo presidente teve “o nítido propósito de desinformar e de levar parcelas da população a erro quanto à lisura do sistema de votação”.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Isso vai fechar em 0 segundos