PF quer celular de Michelle Bolsonaro para investigar lavagem de dinheiro

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Uma investigação da Polícia Federal (PF) pretende apurar a relação da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro com lavagem de dinheiro. Ela estaria envolvida na tentativa de entrar ilegalmente no Brasil com joias sauditas avaliadas em R$ 16,5 milhões. O ex-presidente Jair Bolsonaro declarou que os objetos seriam um presente pessoal de autoridades estrangeiras à esposa. O pedido de detalhamento do caso foi feito  há dois meses pelo ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino.

Os policiais federais teriam tido acesso a novos fatos, de acordo com a coluna de Paulo Capelli, no Metrópoles. Os elementos subsidiariam uma segunda tentativa de acesso ao aparelho pelos agentes. O celular de Bolsonaro foi apreendido com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) como parte de uma operação que avalia a inserção de dados falsos de vacinação dele e de familiares no sistema do Ministério da Saúde.

Um dos presos foi o ex-chefe de Ajudante Ordens da Presidência da República, Mauro Cid. Ele é investigado por suspeita de sacar dinheiro  em espécie para bancar  “pequenos serviços” de “manutenção da família” de Michelle e Bolsonaro. A movimentação financeira nessa modalidade dificultou o rastreio por parte dos investigadores, por isso levantou suspeitas dos policiais federais. 

De acordo com a PF, uma tia de Michelle Bolsonaro chamada Maria Graces de Moraes Braga recebeu 12 depósitos em dinheiro e a amiga da ex-primeira-dama, Rosemary Cardoso, recebeu três depósitos. A apuração começou após acesso a dados do celular de Cid, autorizado pelo STF. Os policiais verificaram indícios de práticas ilegais.  O advogado da família Bolsonaro afirmou que a ex-primeira-dama usou o cartão de crédito de uma amiga para despesas pessoais porque o ex-presidente Jair é “pão-duro”. Cid está preso.

Diamantes

O cerne das investigações começou com um pacote de joias em posse de Bolsonaro recebido durante viagem à Arábia Saudita em 2021  supostamente para Michelle com um colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes, avaliados em 3 milhões de euros (o equivalente a R$16,5 milhões).   Os objetos ficaram retidos na alfândega no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, e oito vezes alvo de tentativa de Bolsonaro e pessoas próximas de serem retiradas junto à Receita Federal. 

A defesa do político alega que “os bens foram devidamente registrados, catalogados e incluídos no acervo da Presidência da República conforme legislação em vigor” e ressalta que “quaisquer presentes encontram-se à disposição para apresentação e depósito, caso necessário”. O TCU entende que apenas presentes de pequeno valor, perecíveis e de caráter personalíssimo, como camisetas e bonés, podem ser incorporados ao acervo privado do presidente da república.

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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