As investigações da Polícia Federal sobre o pastor Silas Malafaia avançam e já contam com elementos considerados robustos, conforme relatórios recentes enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF), segundo Metrópoles. Na segunda-feira, 20, completaram-se dois meses da operação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, que resultou na apreensão do celular, documentos e passaporte do líder religioso. O material recolhido passou por perícia e embasa as apurações em andamento.
Malafaia é suspeito de integrar um núcleo responsável por articular ataques sistemáticos ao STF, além de ter participado de tratativas para que os Estados Unidos adotassem supostos “atos hostis” contra o Brasil. Em razão das investigações, o pastor está proibido de manter contato com o ex-presidente Jair Bolsonaro e com o deputado Eduardo Bolsonaro, ambos também investigados no inquérito.
De acordo com a PF, identificou-se que Malafaia atuou na criação, produção e divulgação de conteúdos direcionados contra ministros do Supremo, utilizando múltiplos canais e alta capilaridade entre seu público. Alexandre de Moraes afirmou que os diálogos apreendidos indicam que o pastor exerceu papel de liderança nas ações atribuídas ao grupo, com o objetivo de coagir autoridades e obstruir a Justiça.
Malafaia nega qualquer participação em atos antidemocráticos. Ele afirma ser alvo de perseguição religiosa e alega que as investigações têm motivação política. O caso integra o conjunto de apurações que investigam a articulação de ataques às instituições brasileiras após as eleições de 2022, incluindo campanhas digitais, mobilizações públicas e tentativas de deslegitimação do sistema eleitoral. O avanço das investigações pode definir se o Ministério Público Federal apresentará denúncia formal contra o pastor.