PGR recomenda a Alexandre de Moraes o desbloqueio do X no Brasil após pagamento de multa

A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou um parecer favorável ao desbloqueio da rede social X (anteriormente Twitter) ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O parecer foi assinado pelo procurador-geral Paulo Gonet Branco, nesta terça-feira, 8, após a empresa de Elon Musk pagar uma multa de R$ 28,6 milhões, imposta por descumprimento de ordens judiciais.

O desbloqueio da plataforma, que foi suspensa no Brasil desde 31 de agosto, depende agora da decisão de Moraes. A PGR afirmou que “não há mais razões que impeçam o retorno das atividades da rede social”, uma vez que as pendências judiciais foram resolvidas, incluindo o pagamento da multa e a nomeação de um representante legal no Brasil, condição exigida pelo Código Civil.

A suspensão da rede social foi inicialmente motivada pela ausência de um representante legal no país após o fechamento do escritório da empresa em 17 de agosto, o que foi visto como uma resposta de Elon Musk às ordens judiciais de remoção de perfis que compartilhavam mensagens antidemocráticas. Além disso, a empresa foi multada por descumprir decisões judiciais e não remover contas de investigados, como o blogueiro Allan dos Santos e o senador Marcos do Val (Podemos-ES).

Após o pagamento da multa, Moraes solicitou que os valores fossem corretamente transferidos para uma conta judicial do Banco do Brasil, uma vez que o montante foi, inicialmente, depositado na Caixa Econômica Federal por engano. O pagamento corrigido foi o último requisito para que o X possa voltar a funcionar no Brasil.

A advogada Rachel Villa Nova foi confirmada como a nova representante legal da rede social no Brasil, o que também cumpriu uma das principais exigências para a operação da plataforma no país. A liberação do X e da Starlink, outra empresa de Musk, já havia sido iniciada em 1º de outubro, após a confirmação de que a rede social realizaria o pagamento das multas impostas.

O bloqueio do X marcou uma escalada nas tensões entre o STF e Elon Musk, que publicamente criticou as decisões de Moraes. Contudo, com a regularização das pendências legais e o parecer favorável da PGR, a expectativa é de que a rede social seja reativada no Brasil nos próximos dias.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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