Piscicultores de São Paulo estão enfrentando grandes desafios devido a perdas milionárias causadas pela presença de água verde no Rio Tietê. Um exemplo disso é o caso de um piscicultor de tilápias em Ubarana (SP), que estima um prejuízo de R$ 1 milhão. Em resposta a essa situação, o governo estadual anunciou uma linha de crédito emergencial para auxiliar os criadores de peixes afetados.
A medida, no entanto, não foi bem recebida pelos piscicultores, que alegam que os valores disponibilizados são insuficientes. Com créditos entre R$ 5 mil e R$ 20 mil, a Associação Paulista de Piscicultores estima perdas totais de R$ 11 milhões apenas na região de São José do Rio Preto e Araçatuba. O representante de um fundo do governo reforça que a linha de crédito é considerada emergencial.
Nelson Benedito Moreira, um dos piscicultores prejudicados, ressalta a inadequação dos valores oferecidos, considerando o montante dos prejuízos apresentados. Para ele, um financiamento de R$ 20 mil não seria suficiente para retomar suas atividades. Diante desse cenário, ele avalia a possibilidade de mudar sua operação para tanques de cultivo piscinais como alternativa viável.
Em uma reunião realizada em São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas anunciou a liberação de crédito para auxiliar os piscicultores afetados. A linha de crédito emergencial, disponibilizada pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, terá um fundo de R$ 2,5 milhões pelo Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap). Com juros zero, os valores variam de R$ 5 mil a R$ 20 mil, dependendo da situação do produtor.
O diretor da Associação de Piscicultores em Águas Paulistas e da União (Peixe SP), Emerson Esteves, destaca a ineficiência dos valores liberados pelo governo, considerando os custos médios de um piscicultor na região. Com a necessidade de cerca de R$ 120 mil mensais para manter uma produção de tilápias, os valores disponibilizados são considerados baixos e insuficientes para cobrir esses custos.
A situação gerou debates sobre a viabilidade e sustentabilidade da atividade de piscicultura na região afetada pela presença de água verde. Diante da gravidade da situação, espera-se que o governo estadual reavalie a linha de crédito emergencial e busque alternativas para apoiar de forma mais eficaz os piscicultores atingidos. A questão torna-se urgente, visto o impacto econômico e ambiental das perdas sofridas pelo setor.