Piscinão é inaugurado no Centro de Franco da Rocha, na Grande SP, para auxiliar
no combate a enchentes
Estrutura tem capacidade para armazenar 92 mil m³ de água, o equivalente a quase
37 piscinas olímpicas. Obra que R$ 54,4 milhões levou três anos para ficar
pronta.
O governo de São Paulo inaugurou nesta terça-feira (14) um piscinão para
auxiliar no combate a enchentes em Franco da Rocha
[https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/cidade/franco-da-rocha/], município que sofre
há décadas com alagamentos e deslizamentos de terra, especialmente durante o
verão.
A estrutura, chamada EU-09, fica localizada na região central e tem capacidade
para armazenar 92 mil m³ de água — cerca de 37 piscinas olímpicas. A ideia é que
ela ajude a controlar a vazão do Ribeirão Eusébio, que costuma transbordar em
épocas de chuvas volumosas.
A obra de R$ 54,4 milhões teve início há exatos três anos e faz parte do
programa de prevenção a enchentes do governo estadual
[https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/01/04/governo-de-sp-sanciona-orcamento-de-r-3724-bilhoes-para-o-estado-neste-ano.ghtml],
que prevê a inauguração de três reservatórios no município, dos quais dois já
foram entregues.
AV-03: capacidade de armazenar 240 mil m³ de água (entregue)
EU-09: capacidade de armazenar 92 mil m³ de água (entregue)
EU-08: capacidade de armazenar 176 mil m³ de água (em obra)
Para o arquiteto e urbanista Valter Caldana, o sistema de piscinões ajudará a
amenizar os problemas relacionados a enchentes no município.
“Isso está diretamente ligado ao uso e ocupação do solo, ao excesso de
impermeabilização, a velocidade das águas e, acima de tudo, a maneira como as
atividades se organizam em torno é daquela região”, explica.
Ainda assim, o especialista afirma que os investimentos do poder público devem
ir além, tratando não apenas as causas relacionadas à natureza, como
impermeabilidade do solo, mas também aquelas de cunho legislativo, como
organização de uso do solo.
O problema é que muitas vezes se investe na resolução dos efeitos, mas se
investe pouco ou quase nada nas causas.
— Valter Caldana, professor da FAU/UPM
Voluntários e bombeiros procuram vítimas em escombros de deslizamento em
Franco da Rocha — Foto: EPA
Em 2022, cerca de duas semanas após o início das obras dos piscinões, 18 pessoas
morreram devido a inundações e deslocamentos de terra
[https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2023/01/23/1-ano-apos-18-pessoas-morrerem-durante-chuvas-em-franco-da-rocha-familias-ainda-esperam-por-moradias-definitivas.ghtml]
causados pela chuva em Franco da Rocha.
Comunidade de Franco da Rocha convive há mais de 30 anos com enchentes
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