O Partido Liberal (PL) foi o que mais cresceu na Assembleia Legislativa de Goiás. Não tinha nenhum parlamentar e ao fechamento da janela partidária ficou com quatro deputados: Cláudio Meireles, Delegado Eduardo Prado, Major Araújo e Paulo Cézar Martins. Apesar de ser a que mais cresceu, é a terceira maior bancada, empatada com o PSD, do presidente Lissauer Vieira, que deve ser candidato ao Senado; Max Menezes, Wilde Cambão e Cairo Salim.
A maior bancada da casa é do União Brasil (UB), do governador Ronaldo Caiado, e tem 10 deputados: Álvaro Guimarães, Amauri Ribeiro, Bruno Peixoto, Chico KGL, Dr. Antônio, Iso Moreira, Rubens Marques Talles Barreto, Tião Caroço e Virmondes Cruvinel. Antes da janela partidária tinha apenas seis parlamentares. O MDB, de Amilton Filho, Charles Bento, Francisco Oliveira, Henrique Arantes, Lucas Calil e Thiago Albernaz tem a segunda maior bancada na Alego.
O PL foi o partido que mais cresceu também na Câmara Federal depois da filiação do Presidente Jair Bolsonaro na sigla. Dos 17 deputados federais goianos, quatro mudaram de partido. Vitor Hugo, agora no PL, será o candidato de Bolsonaro ao governo de Goiás. José Mário Schreiner saiu do UB para o MDB; Professor Alcides saiu do PP para o PL e Delegado Waldir passou do PSL para o UB. A dúvida ainda permanecia até a tarde desta segunda-feira, 4, quanto a filiação dos deputado Zé Carapô e Paulo Trabalho. A probabilidade é que eles se filiem também ao PL, que teria o mesmo peso político que o MDB na casa, com seis parlamentares, cada.
A janela partidária é momento que permite que deputados federais e estaduais mudem de partido sem correr o risco de perder o mandato. Mesmo com o final do prazo, que terminou no último dia 1º, filiações registradas no sistema do Tribunal Superior Eleitoral podem ser comunicadas às casas legislativas até a próxima sexta-feira.
“Caiado jogou de forma magistral. Finalmente mostrou o poder da caneta para definir chapas, atraiu lideranças partidárias e se fortaleceu”.
A análise é do cientista político Guilherme Carvalho, professor de Ciência Política da PUC Goiás e da UniAraguaia. Para ele, esse fortalecimento significa também a derrota política de seu principal adversário, Gustavo Mendanha, que deixou o terceiro cargo político mais importante do Estado, o de prefeito de Aparecida de Goiânia, sem uma base clara e sem o apoio de seu possível aliado, Marconi Perillo, que também foi “esvaziado” com a movimentação política do governador.
A não movimentação da esquerda, que é uma minoria da Alego, não surpreendeu o cientista político porque os partidos de esquerda são mais organizados e estão preocupados com um movimento nacional, que é a formação de uma federação, cujo prazo expira em maio. “Neste momento, essa movimentação de partidos é instável na esquerda porque os partidos têm identidade ideológica, não disputam cargos. A troca é mais comum nos partidos de direito que são em maior número, com estratégias definidas, com um grau de previsibilidade maior”, explica. Para ele, a esquerda se organiza para um movimento maior que é a luta contra o antipetismo.
Em Goiás, o cenário da esquerda segue indefinido, segundo ele. “Depende da crivagem que o Wolmir Amado (pré-candidato ao governo pelo PT) fizer. Se o ex-governador José Eliton será o protagonista nesta ação, se o Marconi vai se aproximar. Então, ainda é um pouco cedo falar da esquerda aqui. Esse retrato vai ficar mais definido em maio ou no mais tardar, até 5 de agosto, ao final das convenções”, finaliza.