Planalto aciona AGU após declaração de Wallace sobre tiro em Lula

Planalto aciona AGU após declaração de Wallace sobre tiro em Lula

O jogador de vôlei, ex-seleção brasileira, Wallace Leandro compartilhou no perfil do Instagram, nesta segunda-feira, 30,  a pergunta de um seguidor, em que sugere que ele dê um tiro no Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O atleta fez uma enquete para colher a opinião de seguidores sobre o tema.

“Daria um tiro na cara do Lula com essa 12?”, perguntou o internauta. 

Enquete aberta pelo jogador Wallace. (Reprodução/ Redes Sociais)

Wallace fez a publicação nos stories da plataforma com uma enquete. Apesar de ter apagado horas depois, prints passaram a circular nas redes sociais e geraram repúdio de atletas, artistas e políticos.

O atleta é jogador de voleibol e atua na posição de oposto, começou a praticar voleibol na escola, por volta dos 15 anos, quando um professor de Educação Física o convenceu a praticar o esporte 

O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, afirmou hoje, 31, em uma rede social que acionou a  Advocacia-Geral da União (AGU) para tomar providências sobre a publicação do jogador de vôlei, do Cruzeiro e da ex-seleção. 

“Esta postagem foi feita pelo jogador de vôlei do Cruzeiro , e ex-atleta da seleção brasileira, Wallace Leandro em seu Instagram. Já acionei a AGU e vamos tomar todas as providências necessárias. Não vamos tolerar ameaças feitas por extremistas e golpistas!”, escreveu Pimenta.

A Comissão de Combate às Discriminações da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) anunciou que deve denunciar o atleta pelo crime de incitação à violência. A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) repudia o post. 

Nota da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) e do Cruzeiro

“A CBV repudia qualquer tipo de violência ou incitação a atos violentos, e entende que o esporte é uma ferramenta para propagação de valores como o respeito, a tolerância e a igualdade”, escreveu a federação.

O Cruzeiro disse lamentar a publicação e pediu desculpas aos torcedores, confira a nota:

“As redes sociais podem parecer um espaço em que tudo está liberado, sem muita avaliação das possibilidades de interpretação, e isso é uma armadilha gigantesca. Reforçamos com todo o nosso staff, atletas e comissão técnica sobre a importância da responsabilidade no uso das mídias digitais. Ressaltamos, principalmente, que a violência nunca deve ser exaltada ou estimulada, e da parte do Sada Cruzeiro pedimos sinceras desculpas a todos”, escreveu o clube.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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