Planalto adota postura mais firme contra Derrite em projeto antifacção

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O governo central intensificou sua postura crítica em relação ao relator do projeto antifacção na Câmara dos Deputados, Guilherme Derrite (PP-SP), visando reverter pontos do texto antes da votação prevista para terça-feira (11). Governistas alegam que as alterações propostas por Derrite limitam o papel da Polícia Federal, podendo comprometer sua autonomia e eficácia. A própria instituição alerta que as operações teriam que depender de autorização dos governos estaduais, o que prejudicaria a efetividade das investigações. A ministra Gleisi Hoffmann classificou as mudanças como ‘um presente para as facções’, enquanto surge a preocupação de equiparar as facções ao terrorismo, algo repudiado pelo governo.

Outra questão em disputa é a possível blindagem de investigações contra parlamentares através do projeto modificado. Essa situação poderia ser comparada a uma nova PEC da blindagem, que foi rejeitada pelo Senado após pressão popular. O presidente da Câmara, Hugo Motta, intermediou conversas entre Derrite e o diretor-geral da PF para garantir a atuação da instituição contra o crime organizado. No entanto, Gleisi Hoffmann reforçou que não serão aceitas manobras que restrinjam as competências da PF no combate ao crime organizado.

Hugo Motta pretende se reunir com a ministra para buscar soluções e assegurar a votação do projeto no plenário. A nomeação de Derrite como relator causou desconforto no Planalto, sendo vista como um gesto político que enfraquece a autoria do Executivo e transforma o debate sobre segurança pública em uma disputa eleitoral antecipada. A escolha de Motta por Derrite também despertou temores de fortalecimento das ambições políticas de Tarcísio de Freitas para as eleições futuras. Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara, criticou a decisão, afirmando que retirou a autoria do projeto do presidente Lula.

Diante das críticas, Derrite garantiu que seu parecer será técnico e sem influências políticas. Motta se reuniu com o ministro Alexandre de Moraes e o procurador-geral da República para discutir o assunto, buscando uma solução em meio às divergências. Enquanto isso, em uma cúpula internacional, Lula enfatizou a importância de estrangular o financiamento do crime organizado e eliminar o tráfico de armas como medidas fundamentais para combater a criminalidade, criticando o uso de força militar em operações marítimas. O embate em torno do projeto antifacção promete novos capítulos e debates acalorados nos próximos dias.

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