Planalto teme que Moraes peça prisão de Ricardo Salles

Na última quarta-feira (2), o relator da STF, Alexandre de Moraes, assinou um despacho a Procuradoria-Geral da República a pedindo que se manifeste em cinco dias sobre a possibilidade de impor medidas cautelares contra o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Salles é alvo de dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) e tem preocupado o planalto com medo que Moraes peça a prisão preventiva do chefe da pasta do meio ambiente. As informações são do jornalista Josias de Souza.

De acordo com Alexandre de Moraes, Salles teria se recusado a entregar o celular à Polícia Federal durante a operação de busca e apreensão realizada há duas semanas contra o ministro. No ofício, Moraes diz que “ao ocultar seu celular e mudar o número de telefone no curso das investigações”, Salles incorreu, em tese, “em tipos penais e de improbidade administrativa, visando obstruir a aplicação da lei penal e embaraçando a investigação de organização criminosa transnacional.”

Ricardo Salles é acusado de favorecer empresas que exportaram madeira ilegalmente para os Estados Unidos e de atuar em favor de madeireiras ilegais, e poderia ser preso de forma ”cautelar” e em flagrante por obstruir as investigações.

Salles continua esperando com a defesa do presidente Jair Bolsonaro, mas a situação pode mudar com a ”carta da prisão” e o ministro pode ser afastado do cargo temporariamente.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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