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Plano para matar Sergio Moro e promotor já estava em andamento

Os nove criminosos do Primeiro Comando da Capital (PCC), que foram presos suspeitos de planejar o sequestro e assassinato do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e do promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco), já tinham começado a executar o plano. Eles foram presos nesta quarta-feira, 22, durante uma operação da Polícia Federal (PF).

Os homens, que possuem uma vasta ficha criminal, teriam alugado imóveis, que funcionam como base de operações para o ataque, tendo até construído esconderijos para não serem descobertos.

Segundo fontes ligadas à investigação, os detidos foram: Valter Lima Nascimento, o Guinho; Reginaldo Oliveira de Sousa, conhecido como Rê; Franklin da Silva Correa, vulgo Frank; Aline de Lima Paixão; Aline Arndt Ferri; Cintia Aparecida Pinheiro Melesqui, conhecida como Luana; Herick da Silva Soares, vulgo Sonata; Claudinei Gomes Carias, também chamado de Nei e Janeferson Aparecido Mariano Gomes, o Nefo.

Outros dois envolvidos estão foragidos. Um deles é Patric Velinton Salomão, 42 anos, conhecido como Forjado. Ao todo, 120 policiais federais cumpriam 24 mandados de busca e apreensão, sete de prisão preventiva e quatro de prisão temporária, em cinco unidades da Federação: Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rondônia e São Paulo. 

Além de Moro, os criminosos pretendiam matar a esposa dele, Rosangela, e os filhos do casal. No chamado Pacote Anticrime, Moro propôs, entre outras medidas, a vedação da visita íntima e o monitoramento dos contatos dos presos, inclusive com advogados, em presídios federais.

Em 2018, o promotor Lincoln Gakiya pediu a transferência de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, de São Paulo para um presídio federal. No início do ano seguinte, o chefe do PCC foi levado para a Penitenciária Federal de Brasília.

Investigação 

Os planos de ataque foram descobertos pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), que compartilhou as informações com a Polícia Federal.

Segundo as investigações, o sequestro e a morte de Moro e de outras autoridades seriam cometidos para obter dinheiro e conseguir o resgate de Marcola, apontado como o líder máximo da maior e mais perigosa facção do país.

As diligências da PF revelaram que os ataques poderiam ocorrer simultaneamente. O grupo do PCC responsável pela operação seria a Sintonia Restrita, uma espécie de “setor de inteligência” com ampla rede de criminosos.

O nome da operação, batizada de “Sequaz”, se refere ao ato de seguir, vigiar, acompanhar alguém, devido ao método usado pelos criminosos para fazer o levantamento de informações das possíveis vítimas.