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Planos de saúde devem ficar mais caros nos próximos meses

Última atualização 06/03/2023 | 16:56

Com prejuízos em decorrência da pandemia de Covid-19, os planos de saúde atravessam uma crise financeira sem perspectiva de ser contida a curto prazo e que vai atingir em cheio o bolso dos consumidores neste ano. As operadoras de plano de saúde registraram prejuízos milionários no quarto trimestre de 2022. Para os consumidores, tanto individuais como coletivos, afirmam os mesmos analistas, a consequência desse aperto do setor parece inequívoca.

Hoje, um dos principais fatores de pressão sobre o custo dessas operadoras é expresso pela taxa de sinistralidade do setor. Ela mostra, na prática, a relação entre quanto as pessoas usam os planos e quanto pagam pelo serviço.

Números compilados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mostram que esse índice era de 85,8% no terceiro trimestre de 2021. Quanto mais próximo de 100%, pior é o resultado para as empresas.

Em geral, o aumento do uso dos planos de saúde no último ano tem sido interpretado como uma consequência da demanda reprimida, durante a pandemia, de procedimentos como cirurgias eletivas, aquelas que não são consideradas urgentes. Ou seja, com o arrefecimento da Covid-19, as pessoas realizaram tratamentos e intervenções cirúrgicas que haviam sido adiados no auge da propagação da doença, entre 2020 e 2021.

Concentração em empresas

Hoje, 50,3 milhões de brasileiros têm planos de saúde. Desse total, 41,4 milhões (82%) estão ligados a empresas (35,2 milhões) ou a sistemas de adesão (6,2 milhões). Estes, normalmente, são vinculados a categorias profissionais como sindicatos de advogados, por exemplo. Assim, apenas, 8,9 milhões encaixam-se nas categorias “individual” ou “familiar”. É por causa dessa distribuição, altamente concentrada no setor privado, que a quantidade de beneficiários dos planos aumenta à medida que o mercado formal de trabalho melhora no país.

Segundo a ANS, entre novembro de 2021 e o mesmo mês de 2022, os planos de saúde registraram crescimento de 1.638.397 no número de usuários. O avanço equivale à população de uma capital como Recife. Ainda assim, o acréscimo na clientela não tem sido suficiente para equilibrar as contas do setor.