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Planos de saúde têm pior ano da história; prejuízo é de R$ 11,5 bilhões

Última atualização 25/04/2023 | 13:12

O ano de 2022 foi o pior ano da história no setor de planos de saúde. De acordo com o jornal O Globo, o prejuízo operacional acumulado durante o ano foi de R$ 11,5 bilhões, sendo o maior em duas décadas e abaixo do estimado para o mercado no valor de R$ 15 milhões. 

Já no resultado financeiro, as contas fecharam no que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) chamou de zero a zero, já que o lucro líquido foi de R$ 2,5 milhões. Este número representa cerca de 0,001% das receitas de operações de saúde do setor no ano passado, que atingiu a marca de R$ 237,6 bilhões. 

O número no campo positivo é reflexo do expressivo resultado financeiro obtido pelas operadoras com o aumento das taxas de juros que remuneram os ativos garantidores e aplicações financeiras. Neste meio, o resultado financeiro foi de R$ 9,4 bilhões no ano. 

Momento peculiar

De acordo com o presidente da ANS, Paulo Roberto Rebello, o mercado de planos de saúde está vivendo um momento peculiar. Apesar do constante crescimento no início da pandemia – que teve um pulo de 47 milhões em 2019 para 50,4 milhões em 2022 – o resultado tem apresentado piora. 

A empresa que registrou maior prejuízo em 2022 foi a Amil, que contou com resultado negativo de R$ 1,6 bilhão. No segundo lugar do ranking se encontra a Prevent Senior, com um prejuízo de R$ 872 milhões, seguida da Metlife com prejuízo de R$ 626 milhões. O plano Unimed-Rio não aparece na lista devido a falta de entrega de dados no quarto trimestre. 

Já no topo da lista com melhores resultados se encontram as empresas Bradesco Saúde, com lucro de R$ 690,53 milhões, sendo seguida pela SulAmérica, com R$ 485,91 milhões, e Odontoprev, com R$ 452,17 milhões. 

‘Downgrade’

O fato dos números não acompanharem a evolução no número de beneficiários pode ser uma parte explicada pelo ‘downgrade’ dos planos de saúde. Ou seja, a base cresceu, mas o valor médio dos planos caiu devido ao fato de famílias e empresas trocarem os contratos por outros mais baratos. 

Com o aperto econômico nos últimos anos, as operadoras afirmam que não é possível repassar os aumentos de custos para as empresas, que são as principais contratantes de planos de saúde no país. Isso quer dizer que o percentual de aumento deste ano deve ser mais alto, podendo recompor a margem mesmo que isso signifique em alguns casos reduzir a base de clientes. 

Além disso, o setor viveu uma forte onda de fusões e aquisições nos últimos tempos, além de endividamento provocado pela perda de eficiência durante o processo de integração.