PM agride mulher com soco em Campinas: o que se sabe e o que falta investigar

O que se sabe e o que falta saber sobre o caso da dona de casa agredida com soco
por PM em SP

Corregedoria instaurou inquérito policial para apurar o caso e vai requisitar
íntegra das imagens. Caso ocorreu em Campinas no dia 21 de outubro.

Policiais militares são afastados das ruas após vídeo mostrar mulher levando soco em abordagem

Três agentes da Polícia Militar de Campinas (SP) foram identificados e afastados
das funções por participar de uma abordagem em que uma dona de casa foi agredida
com o soco no rosto.

Um vídeo enviado à EPTV, afiliada à TV Globo, nesta segunda-feira (9) flagrou o
momento da agressão. Nas imagens, é possível ver quando os três policiais cercaram a mulher e um
deles desferiu um soco da vítima que caiu no chão.

A Corregedoria instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar o
caso e afirmou que “não compactua com desvios de conduta dos seus agentes”.

O DE preparou um material com as principais informações sobre o caso. Veja o que
se sabe e o que falta esclarecer:

1. O que aconteceu?
2. Como foi a abordagem?
3. Violência e ameaças
4. BO feito pelos policiais
5. Quem é a vítima?
6. Onde estão os policiais?
7. O que disseram as autoridades?
8. O caso está sendo investigado?

O QUE ACONTECEU?

O caso aconteceu no dia 21 outubro no bairro Jardim Santa Amália, mas o vídeo
foi divulgado pela EPTV nesta segunda (5). Segundo a vítima, os policiais foram
acionados pela filha após uma discussão entre as duas.

> “O policial logo no começo já foi agressivo comigo com as palavras. Falou que
> se eu não ficasse quieta, ele iria quebrar minha cara. Ele me deu voz de
> prisão e eu perguntei o porquê. Ele disse ‘a senhora fica quieta ou eu vou
> quebrar sua cara’. Nesse momento, comecei a falar alto para meus vizinhos
> escutarem e ficarem atentos, porque eu senti medo dele nessa hora”, contou a
> mulher, que preferiu não ser identificada.

COMO FOI A ABORDAGEM?

A mulher contou que no momento da abordagem, o policial militar segurava algemas
quando desferiu o soco na boca. As imagens da câmera de segurança mostram que o
homem levou a mão ao cinto e pegou um objeto antes de agredir a vítima.

> “Depois de ele bater, ele jogou a minha cabeça no chão. Na hora eu desmaiei,
> eu não enxergava, não ouvia. Caí no chão desmaiada. Meus vizinhos pediram para
> chamar o Samu para me socorrer, eles não deixaram, me colocaram algemada
> dentro da viatura e me levaram para o pronto-socorro”, diz.

VIOLÊNCIA E AMEAÇAS

A mulher contou que os policiais não deixaram os vizinhos chamarem o Samu para
prestar auxílio e a colocaram algemada em uma viatura. Os agentes a levaram para
um pronto-socorro que tirou um raio-x da cabeça, mas ela não soube do resultado
e foi levada para a delegacia em seguida.

A mulher afirmou ter dito ao policial que não denunciaria a agressão por medo,
mas que “Deus ia cobrar”. “Ele falou ‘você pode denunciar na Corregedoria, onde
você quiser, porque eu sei onde você mora’. E isso me deixou com mais medo
ainda”, lembrou.

BO FEITO PELOS POLICIAIS

A vítima inicialmente não registrou Boletim de Ocorrência (BO) contra os
policiais, mas os policiais relataram no BO que a mulher se negou a ir à
delegacia, “além de ter dito que os policiais eram de merda e lixo”.

Também foi relatado que a moradora “tentou desferir um soco no rosto do
policial, o qual revidou com um golpe contundente, com o uso moderado da força,
para conter a resistência e algemá-la”.

QUEM É A VÍTIMA?

Por medo das ameaças recebidas, a mulher preferiu não se identificar. No
entanto, a advogada da vítima informou que vai fazer a denúncia do caso na
Corregedoria da Polícia Militar e também registrar um novo BO com a versão da
mulher agredida.

ONDE ESTÃO OS POLICIAIS?

A corporação informou que afastou os três policiais das ruas, os remanejando
para funções administrativas.

O QUE DISSERAM AS AUTORIDADES?

Na manhã desta segunda-feira (9), a Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP)
havia informado que não tinha recebido as imagens do soco e que, à época, o caso
foi registrado como lesão corporal, resistência e violência doméstica.

O CASO ESTÁ SENDO INVESTIGADO?

Foi instaurado um Inquérito Policial Militar (IPM) pela Corregedoria para
investigar o caso, que afirmou que “não compactua com desvios de conduta dos
seus agentes”. Eles foram ouvidos ainda nesta segunda-feira.

O coronel Adriano Augusto Leão, comandante do Comando de Policiamento do
Interior 2 (CPI-2), explicou que além dos depoimentos dos policiais e de outras
pessoas como vizinhos, foi requisitada a íntegra das imagens para serem
analisadas.

Em nota, o Comando de Policiamento do Interior 2 (CPI-2) disse que a corporação
“irá adotar providências imediatas para a rigorosa apuração dos fatos para
responsabilização dos envolvidos. Identificados os policiais serão remanejados
das atividades operacionais para a apuração”.

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