Vídeo: PM apreende suspeito de jogar ovos em manifestantes, em Minas Gerais

A Polícia Militar de Minas Gerais apreendeu um homem na tarde de sábado (1º) suspeito de jogar ovos em manifestantes a favor do presidente Jair Bolsonaro, na região Central de Belo Horizonte. Os policias estavam sem mandado e acompanhados do deputado Bartô, apoiador do Bolsonaro.

Em vídeo obtido pela Folha, policias militares teriam entrado no prédio, apertado a campainha de um dos apartamentos, entraram no imóvel e fizeram a prisão em flagrante. Durante o vídeo, os policias são questionados pela namorada do suspeito o que estaria acontecendo e para onde estariam ele, mas nenhum deles respondeu. Filipe da Fonseca Cezário, 32 anos, estava falando com a advogado ao telefone quando foi obrigado a dar o telefone para sua namorada e algemado logo em seguida.

Segundo Filipe, ele e seu namorada acompanhavam o protesto pela janela e teria gritado ”Fora Bolsonaro”. Alguns minutos depois, entraram em seu apartamento e o apreenderam mesmo sem provas. De acordo com moradores, várias pessoas do prédio teriam tacado ovos em manifestantes.

Para o advogado que defende o suspeito, Rafael Pitzer, a prisão foi arbitrária e houve abuso de poder. Ainda segundo ele, trata-se de uma ação política e não de prisão em flagrante.

O suspeito foi reconhecido por pessoas que estavam no protesto e levado para prestar esclarecimentos na delegacia sendo solto após sete horas.

O Ministério Público de Minas Gerais (MP) irar investigar o caso.

 

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp