Um policial militar chorou durante uma audiência após ser flagrado jogando um homem de uma ponte na zona sul de São Paulo. O incidente, que ocorreu na madrugada de segunda-feira, 2 de dezembro, gerou grande indignação e repercussão nacional.
O vídeo divulgado nas redes sociais mostra o momento em que o policial levanta o homem pelas pernas e o joga do alto da ponte sobre um córrego. A vítima, identificada como Marcelo, um entregador de 25 anos, caiu de cabeça de uma altura de três metros, sofreu ferimentos, mas está se recuperando bem.
O soldado Luan Felipe Alves Pereira, responsável pelo ato, trabalhava também como segurança em uma escola particular. Durante a audiência, ele afirmou que sua intenção era apenas levantar o homem do chão, não jogá-lo da ponte. No entanto, as imagens gravadas por uma testemunha contradizem sua versão.
A Justiça Militar decretou a prisão de Luan Felipe, que será encaminhado para o Presídio Militar Romão Gomes, na Zona Norte de São Paulo. A defesa do soldado pediu a revogação da prisão preventiva, mas a solicitação foi negada. O caso envolveu outros 12 policiais, que foram afastados das atividades nas ruas.
A Polícia Militar instaurou um inquérito policial militar (IPM) para apurar os fatos e responsabilizar os policiais envolvidos. O comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, coronel Cassio Araújo de Freitas, considerou o erro como “individual” e negou que a letalidade policial seja um problema sistêmico no Estado.
O procurador-geral de Justiça do Estado, Paulo Sergio de Oliveira e Costa, classificou as imagens como “estarrecedoras e inadmissíveis” e determinou que o Ministério Público envie todos os esforços para punir exemplarmente os responsáveis. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, também pediu punição rigorosa, afirmando que “anos de legado da PM não podem ser manchados por condutas antiprofissionais”.
O secretário da Segurança Pública (SSP), Guilherme Derrite, prometeu “severa punição” aos envolvidos, destacando que “policial não atira pelas costas em um furto sem ameaça à vida e não arremessa ninguém pelo muro”. Este incidente ocorre em um contexto de aumento da letalidade policial em São Paulo, com 496 mortes registradas entre janeiro e setembro deste ano, o maior número para o período desde 2020.