A Polícia Militar (PM) utilizou bombas de gás para dispersar uma manifestação organizada pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) na região da Liberdade, centro de São Paulo, durante o feriado da Independência do Brasil. O ato tinha como objetivo denunciar a falta de habitação popular, e os manifestantes relataram a presença de crianças no local, criticando a ação policial.
O Batalhão de Choque da PM foi responsável por lançar as bombas de gás contra os manifestantes que ocupavam um prédio público abandonado na Liberdade. A ação ocorreu na rua Thomas Gonzaga, por volta das 09h20, com aproximadamente 300 participantes do MLB, buscando chamar a atenção para a questão da moradia popular na capital paulista.
O MLB promoveu o ato em 18 cidades brasileiras, com o lema “Não há independência nem soberania sem direito à moradia”. Os manifestantes afirmam que a PM estava presente desde as primeiras horas da manhã e interveio no protesto pacífico, lançando bombas de gás para dispersar a manifestação.
De acordo com o coordenador do MLB, Wilian Santos, os prédios e terrenos ocupados estavam abandonados há anos, sem cumprir função social, sendo a maioria de propriedade do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O movimento reivindica moradia digna e reforma urbana para garantir acesso a serviços básicos como saúde, saneamento, creches e escolas.
O MLB é um movimento social presente em todo o Brasil, com famílias de bairros periféricos exigindo moradia digna e reforma urbana. Com 26 anos de existência e cerca de 50 ocupações urbanas e de moradia pelo país, o movimento destaca-se pela atuação de mulheres negras nas lideranças e moradias das ocupações, que oferecem creches para as crianças presentes.
A ação da Polícia Militar na dispersão da manifestação por moradia na Liberdade gerou críticas e provocou cenas de manifestantes desmaiando devido ao efeito das bombas de gás. O MLB segue firme em sua missão de lutar pelos direitos das famílias em situação de vulnerabilidade, reivindicando o acesso digno à moradia e a uma vida mais justa e igualitária para todos.